sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A sombra de uma escolha VII

Ato 03

Cena 01: *(Na beira da praia; Uma marina; No amanhecer; Regina e Prisco; Regina está sentada, olhando o horizonte, quando Prisco aparece; Regina está segurando um guarda chuvas; Prisco senta-se ao lado de Regina; Ela o olha; Os dois sorriem; Prisco a beija; Ambos olham o horizonte)*

(Prisco) – Serei eu a profanar este silêncio?
(Regina) – Ele é por demais profano, não pode piorar.
(Prisco) – Esse lugar absorve tudo o que penso...
(Regina) - *Sorrindo*- E o que pensas? Podes falar?
(Prisco) – Que cada som que faço diz menos o que sinto.
(Prisco) – Se disser o contrário, de certo minto...
(Regina) – Aqui é onde lavo minh’alma, é o remédio do juízo.
(Regina) – É onde a própria paz se acalma, o caminho do paraíso!
(Prisco) – Mas esses são todos os que me levam a você.
(Regina) – *Ri* - Mas esse não, é diferente, você vai ver.
*(Irrompe a aurora)*
(Regina) – O sol que nasce, lança seus raios pelo mundo!
(Regina) – Eles vêm irrompendo este azul profundo!
(Regina) – Acima e abaixo, cada qual vai sozinho.
(Regina) – Se encontrando com as águas... encontrando um caminho!
(Regina) – Quando tocam seus pares, se juntam, se estreitam.
(Regina) – Se despem e se deitam, para agente passar!
(Prisco) – Até posso tocar! Numa nuvem distante!
(Regina) – Nesse momento, tudo é perto...
(Regina) – Qualquer errado é certo...
(Prisco) – Pode o mar nos conduzir?
(Regina) – Olha a chuva a cair! Quem disse que o mar não toca o céu?
(Regina) – Ele toca, eles se deitam. Eles se amam e se aceitam!
(Regina) – Quando retorna, quer voltar. Por isso o caminho nas águas... que liga o céu ao mar.
(Regina) – O sol é como um vento. Só que quente e iluminado.
(Regina) –O mar ele leva, docemente, ao encontro de seu amado.
(Regina) – E se misturam lá em cima. E voltam misturados.
(Regina) – É isso que ilumina! Chuva que tece o inalcansável!
(Prisco) – Como assim? O que ela tece?
(Regina) – Ela é grata, e muito ,ao sol, então ajuda ele a tecer;
(Regina) – Como o amplificador de um farol, fazendo um arco íris nascer!
(Prisco) – Tem razão, está ali! Logo ali, eu posso ver!
(Prisco) – Mas meu caminho está aqui, bem ao meu lado a me dizer...
(Prisco) – Que chegamos ao paraíso! A vida eterna e imortal!
(Regina) -*Ri* Não como a que há na terra, mais inda assim muito real!
(Prisco) – É engraçado te olhar, é um exercício pra alma.
(Prisco) – Me dá vontade de tocar, olhar de novo se é real.
(Prisco) – É um furor que mata e ao mesmo tempo torna imortal...
(Regina) – Quantas mortes eu já tive? A todo o tempo afogada.
(Regina) – Mas você me salva, como já disse, é o poeta de minha alma!
(Prisco) – Por eu escrever, então, renasces?
(Prisco) – É uma alegria poder saber!
(Prisco) – Assim posso me alegrar a cada novo nascer!
(Regina) – Nosso caminho está trilhado, dá no sopé de uma árvore.
(Prisco) – Estante grande, um piano ao lado...
(Regina) – Quando me adivinhas é irritante...
(Prisco) -  * Sorri* - Pois se irritar-te é ver-te assim, vou muito me esforçar!
(Prisco) – Dedicarei-me então, enfim, apenas a te irritar!
(Regina) – Você é bobo e eu também. Nunca, assim, me falou ninguém.
(Prisco) – Pois esqueces-te do meu nome? Prisco ninguém, já lhe falei.
(Regina) - *Ri* Claro, claro! Ele não me some. Mas tu pra mim já é alguém.
(Prisco) – Que alguém eu sou?
(Regina) – Especial.
(Prisco) – Mas por que?
(Regina) – Podes saber!
*Eriçam-se, se fitam e se aproximam a cada frase, como que se confrontassem românticamente*
(Prisco) – Que bem te fiz?
(Regina) – Um sem igual!
(Prisco) – Que te concedi?
(Regina) – Meu renascer!
(Prisco) – Pois então saiba: Nada lhe dei.
(Prisco) – Quando nos tocamos, só fez passar...
(Prisco) – Foi que não controlei.
(Prisco) – Mas nem mesmo pensei em controlar...
(Prisco) – Foi como um toque divino no meu peito.
(Prisco) – Fiquei ao mesmo tempo tão forte e tão sem jeito...
(Prisco) – O que tinha, eu , era pouco.
(Regina) – O que tinha eu também.
(Prisco) – Mas então juntamos e... parece louco...
(Regina) – Tornou-se infinito para ambos meu bem!
*Beijam-se*
(Prisco) – Tenho algo a lhe entregar. Não podes tocar como uma rosa.
(Prisco) – Não é concreto a um olhar, como seria qualquer prosa...
(Prisco) – É um sussurrar inacabado, me ajuda a terminar!?
(Regina) – Estou aqui ao seu lado, só o que posso é aceitar.
(Prisco) –
Um cheiro de pêra exala e me toma,
Me enfeitiça e me envenena,
Não posso resistir a esse aroma,
É dela... tenho certeza plena!
Um toque sutil... cálido e rosado;
Um dedo áspero e febril... me deixa desnorteado;
Um sussurrar que a resume,
Um leve som que me consome.
Harmonia etérea que nos une.
E eu peço, imploro que me tome!
Meus olhos dizem que consente,
Me permitem de te olhar
As vezes... imagino o teu olhar ausente...
Oh dor augusta esse pensar...
Que gosto tens que me completa?
Só assim posso dizer:

Matheus Santos Rodrigues Silva 








Bálsamo

Uiva, meu cão.
Lobo triste... uiva!
Assim como uiva em mim um furacão;
tornado de mente confusa.

Convulsão. De emoções e pensamentos.
Coração. Senhor de todos os sentimentos...
Encerrou-se um ciclo com o ano que se encerra...
Despedaçou-se um mito... já caiu por terra...

Por mais que resistice, não pude evitar...
A minha lógica é exata
não tem como falhar...
Isso me assusta e me exalta...

Sentimento convulso num peito tão doído...
Um silenciar de pranto; um eu te amo ouvido..
O que é que eu quero tanto?
Que desejo lindo...

É difícil entender...
É até difícil perceber...
Pode parecer loucura,
mas eu sou a cura!

Matheus Santos Rodrigues Silva


*Quero agradecer ao amigo Eduardo Maskell pela inspiração inicial para este poema*

Não sou soldado

É noite. Escrevo por que sou poeta.
Você lê por ser leitor.
É uma combinação tão certa...
Causa certo horror...

Não quer escrever pra mim?
Eu poderia te ler um pouco...
Faço isso com tantos outros que escrevem...
Mas você não escreve...

Você é ainda mais interessante!
Tenho de te ler em gestos!
Proponho-te um desafio: Me encante.
Meus quereres são incertos...

Diferente de outros que escrevem
você não pode me ler...
só me entendem os que bebem
da fonte do amanhecer...

Eu me escondo em gestos e finjo me mostrar em palavras...
Tolos os que acreditam.
Fascinantes os que tornam verdade!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A sombra de uma escolha VI

Cena 03

*(No quarto de Regina; O casal deitado e conversando)*

(Prisco) – Deus do céu, o que é isso? É real?
(Regina) – As vezes temo ser só uma ilusão
(Prisco) – O início diverge sempre do final...
(Regina) – Não se há amor...se há paixão...
(Prisco) – Fins violentos tem essas alegrias...
(Regina) – O que quer dizer? Vai me deixar?
(Prisco) – Não! Temo só te machucar...
(Regina) – Não fale mais assim, só dá poesia!
(Prisco) – A poesia é um grito no escuto...
(Regina) – O que tem haver, no escuro alguém gritar?
(Prisco) – O mesmo que pra um surdo um olhar.
(Prisco) – O mesmo que uma estrela para um mudo!
(Regina) – É estranho o que me diz, difícil de entender.
(Prisco) – Não te digo nada, nem poesia é...
(Regina) – Afinal, o que quer me dizer?
(Prisco) – Uma canção... uma rima qualquer...
(Regina) – O que te fez ficar tão pesado?
(Prisco) – Não sei... talvez te amar tanto...
(Regina) – Como pode o amor trazer pranto?
(Prisco) – Sendo tão forte a alegria de estar ao seu lado.
(Prisco) – Estar com você é o meu momento de alegria.
(Prisco) – Na vida que levo, tudo é sem gosto.
(Prisco) – Tudo que eu vivo, começa e não segue...
(Prisco) – Já estar com você é um extremo gozo.
(Regina) – Como pode dizer isto? És poeta!
(Prisco) – Poeta também sofre, tem problemas...
(Regina) – Mas resiste as mais severas e duras penas...!
(Prisco) – Mas ainda gostaria de uma meta...
(Regina) – Afinal, o que te aflige? O que te inquieta?
(Regina) – Se pra ti, não basta ser poeta;
(Regina) – Precisa me falar, nada me disse...
(Prisco) – Você pra mim é um bolsão de alegria.
(Prisco) – Com você não posso estar só posso ser.
(Prisco) – Com você a minha vida é uma poesia.
(Prisco) – O teu semblante já me alegra só de ver!
(Prisco) – Meu coração era um calabouço já vazio.
(Prisco) – E agora sou, eu próprio, o prisioneiro.
(Prisco) – Esse sentimento doce e pueril...
(Prisco) – Me tomou e me impediu de ficar alheio...
(Prisco) – Tenho sonhos e planos aos quais quero cumprir;
(Prisco) – Mas nenhum se realiza, nenhum se ajeita;
(Prisco) – Não sei se vale a pena me idulir...
(Prisco) – Talvez pra esta arte, a minha mão não tenha sido feita...
(Prisco) – Aqui, contigo, em repouso... aqui me aquieto.
(Prisco) – Eu sou feliz no calabouço, inda que sombrio e incerto.
(Prisco) – Mas então lembro pra onde vou, onde pertenço;
(Prisco) – E me entristeço, me inquieto e fico tenso!
(Prisco) – Antes de ti, não me importava o meu caminho
(Prisco) – Depois de ti, já não consigo estar sozinho...
(Prisco) – Você ,de alguma forma, me deu fraqueza e esperança;
(Prisco) – Quem diria, nunca pensara... me transformou numa criança!
(Prisco) – Eu te amo mais que ao mundo e a poesia!
(Prisco) – Ponho os dois ao seu serviço, assim me alegro.
(Prisco) – Nunca pensei que alguma noite ou algum dia;
(Prisco) – Eu teria a sensação de estar tão certo!
(Regina) - *(Olhar doce, cálido, derretido. Voz suave)* - É tudo lindo o que me diz... nem sei falar...
(Regina) – É muito mais do que sonhei, nem posso crer...
(Regina) – Nunca pensei assim me apaixonar...
(Regina) – Nunca pensei em tão alto assim viver...
(Regina) – Mas de que certeza tu me falas? Quer dizer?
(Regina) – Gostaria de saber...
(Prisco) – Os homens nascem com uma certeza: Vão morrer.
(Prisco) – Todo o resto é enganoso, pode errar;
(Prisco) – Sentido, razão... nada pode conceder.
(Prisco) – Essa certeza que eu tenho de te amar!
*(Regina sorri calidamente e beija Prisco)*

Fim do segundo ato.

Matheus Santos Rodrigues Silva

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A sombra de uma escolha V

Cena 02
*(Na praça, pela noite; Prisco e Regina apenas)*
(Regina) – Eu não posso crer, nem posso me controlar...
(Prisco) – É mais que forte que eu, que você, do que nós!
(Regina) – É um doce algoz, uma linda sentença...
(Prisco) – Sem a tua presença, não posso pensar, é difícil falar, manter a ciência...
(Regina) – Se é tão forte assim, não precisa lutar...
(Prisco) – Basta se entregar e sentir a mudança...
(Regina) – Pareço criança, querendo brincar... ansiosa. Inquieta, até mesmo moleca, te esperando chegar!
(Prisco) – Quão forte isso é!? Que assim nos deixou?!
(Regina) – Tão veloz que chegou, no meu peito o veneno...
(Prisco) – Rápido e sereno... um gole de amor...
(Prisco) – O que eu faço? O que eu digo? É o que eu me perguntava...
(Regina) – Meu amor? Meu Amigo? Assim me torturava...
(Prisco) – Tão firme isso é, que não consigo parar!
(Regina) – Só consigo pensar em estar com você!
(Prisco) – É mais forte que eu...
(Regina) – É mais forte que nós...
*Eles se aproximam*
(Prisco) – Amo a tua voz...
(Regina) – Me cala com um beijo!
*Se beijam*
Fim da segunda cena do segundo ato.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Nota de indignação!

Quero por meio dessa manifestar a minha revolta!

Após assistirmos ao aumento de 62% nos salários dos parlamentares(de todas as esferas) e a equiparação dos salários dos presidente e vice e de seus ministros de governo, aparece uma nova piada! No apagar das luzes do ano, tal qual foi feito da última vez, o Senhor Excelentíssimo Prefeito da cidade de Salvador, o senhor João Henrique, anuncia que a tarifa do transporte público vai de 2,30 R$ pra 2,50 R$!

O anuncio é feito no fim de 2010 e início de 2011. Quando estamos em época de festas e muitos estão fora de suas residências fixas. Isso é uma verdadeira covardia! Atos como estes são baixos e feitos com a intenção única de impedir uma reação popular como a verificada no aumento de 1,30 R$ pra 1,50 R$, ocorrida no meio do ano. Pois é, os políticos aprenderam que não devem realizar aumentos assim em meio de ano por que os estudantes estão em maior contato e a população não está em festa. Agora cabe a nós aprender o quão vis eles são!

Na ocasião do último aumento, realizamos um abaixo assinado e uma tentativa de reação que não obteve êxito. Esperamos agora, com um clima político diferente por aqui, que a coisa mude. Estão acontecendo protestos por todo o país contra o aumento de 62% dos parlamentares e demais governantes que eu citei acima. Aqui em Salvador já houveram duas manifestações.

Espero que este novo aumento, dessa vez no busu, estimule mais pessoas a aderirem a esse movimento tal qual eu estou fazendo.

Eles não podem fazer o que quiserem conosco!
Povo na rua! E a luta continua!

"They will not force us!
They will stop degrading us!
They will not controll us!
We will be victoryous!"


Matheus Santos Rodrigues Silva


Notícia do aumento:
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/prefeitura-confirma-aumento-da-tarifa-de-onibus-coletivo/

Una-se a essa causa:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=109449483

A sombra de uma escolha IV

Ato 02
Cena 01: Na rua, pela tarde, perto do banco da praça. Entram Regina e as amigas, depois Prisco. O mendigo já está em cena, sentado com a mão levantada.
(Amiga 1) – Olha lá quem se aproxima, o rapaz que te deixou encantada!*(Regina fica sem graça)*
(Amiga 2) – Vai ficar aí parada?  Vamos! Vai pra cima!
(Amiga 1) – Se não quiser nada com ele pode dizer que eu quero.*(falando baixo)*
(Amiga2) – Se quiser  também, eu espero, até se cansar dele.*(falando baixo)*
*( Regina faz uma expressão que mistura surpresa com horror)*
*(Prisco se aproxima)*
(Prisco) – Veja só se não é a moça dos versos.!
(Regina) – Ora, se não é Prisco ninguém!
(Prisco) – Esqueça o sobrenome, eu lhe peço.*(com ar de brincadeira)*
(Regina) – Se me acompanhar até a praça, então tudo bem!*(insinuante)*
*(Ambos caminham até o banco da praça, no caminho o mendigo sentado fala com eles)*
(Mendigo) – Uma esmola por caridade!
(Prisco) – Nunca fui caridoso...
(Mendigo) – Então que tal por piedade?*(Cômico)*
(Regina) – Vamos! Seja bondoso!
(Prisco) – Escutou essa moça? Guarde bem o rosto dela.
(Mendigo) – Como poderia tal coisa? Uma moça tão bela...*(sorri para Regina)*
*(Regina ri baixo)*
(Prisco) – Ora, um mendigo galante. Tome aqui a sua esmola e vá comer.
(Mendigo) – Desculpe senhor, mas desse semblante, jamais em minha vida vou esquecer...
*(O mendigo sai, Regina e Prisco se voltam um para o outro)*
(Prisco) – Percebe o que acaba de acontecer? Percebe o que acabou de se passar?
(Regina) – O que?*(Com ar de espanto)*
(Prisco) – Dei uma esmola aquele homem por você, caso contrário nem pra ele iria olhar...
(Regina) – Então essa é a sua forma de me conquistar?
(Prisco) – Não foi isso que quis dizer*(embaraçado)*
(Prisco) – É que por você eu fui capaz de mudar...
(Regina) – Então eu fiz acontecer?*(Tom sarcástico)*
(Prisco) – Fez! E eu amei! Escute, não vou mentir... Desde a hora que te encontrei, que não consigo mais me ouvir...
(Regina) – O que quer dizer com isso? Uma linguagem de poeta?
(Prisco) – Não... Fui atingido por uma seta, me joguei de um precipício... isso seria linguagem de poeta... vê como é mais difícil?
(Regina) – Então se sente me explique, aqui, estamos só nós.
(Prisco) – Poderiam estar mil almas, só escuto o som da sua voz!...
*(Regina fica um pouco espantada, mas se encanta)*
(Prisco) – Eu sei que parece loucura, a mim não faz sentido também... Mas seu ar, sua doçura... eles me fazem tão bem...
(Regina) - *(envergonhada)* Nunca me falaram assim, confesso que estou impressionada... não queria acreditar que sim... mas acho que estou apaixonada...
(Prisco) – Ah...cheguei tarde então pra ti... *(Desanimando)*
(Regina) – Não seu bobo, volte a sorrir!*(Sorrindo e olhando nos olhos de Prisco)*
(Prisco) – Então é por mim que está apaixonada?
(Regina) – É... entrei numa cilada?
(Prisco) – Por que? Não sou a pessoa certa?
(Regina) – Como poderia ser? És um poeta...
(Prisco) – Essa ofensa eu posso aguentar... Já fizeram pior, pode acreditar.*(Tom jocoso)*
(Regina) – Eu amo a poesia e me apaixonei por um poeta... e se um dia isso acabar? Será tristeza certa...
(Prisco) – Me perdoe assim falar, mas o amanhã inda não veio. Por que encara o que virá  assim, com tanto receio?
*(Regina permanece calada e confusa olhando pra Prisco)*
(Prisco) – O amanhã é incerto... mas o que de certo há? Estamos assim tão perto, e nem sei se posso te amar...
*(Regina intenciona falar)*
(Prisco) – Escrevi uma poesia... intencionava lhe cantar... posso deixar pra outro dia...ou, se quiser, nunca mais voltar.
(Regina) – Gostaria de te ouvir, estou meio atordoada e a sua voz me faz sorrir...
(Prisco) – O amor é um senhor confuso, deixa louco o pensamento...
Como posso estar tão difuso, se a um segundo atrás só estava lendo?
Ela chegou e recitou comigo, uma voz da qual não consigo me livrar...
Ela chegou com seu falar amigo... ela chegou e não quer mais me deixar...
O que eu faço então? O que farei?
Dar a ela meu coração? Não sei!
Por mais que lute, mais que tente e me engane... longe dela eu não posso ficar...
Preciso ouvir um sim, ou um não, que se dane! Caso contrário meu coração vai me matar...
Então estou aqui moça e te peço: Dê um alento a este pobre coitado...
Um não e nunca mais regresso.
Um sim e será o ser mais amado!
O que me diz?
*(Regina ouve tudo com feição séria e a boca um pouco aberta, depois respira fundo e fala)*
(Regina) – Feche os olhos, tenho um presente pra te dar.
*(Prisco não entende bem e engole a seco e fecha os olhos. Regina o beija. Depois os dois se olham com expressão séria até rirem um da cara do outro. Riem bastante até que param. Se entreolham, dão as mãos e saem do palco.)*

Matheus Santos Rodrigues Silva

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A sombra de uma escolha III

Cena 03: Mesma biblioteca, apenas Prisco falando sozinho.

(Prisco) – Engraçada essa moça, gostei do seu ar... preciso pensar noutra coisa ou vou me apaixonar...
*(Prisco para, com expressão de estar confuso e sorri)*
(Prisco) – Tarde demais eu diria... mas não posso me envolver...  Se tentar posso feri-la, mas a isso, preferia morrer...
(Prisco) – O que pode haver demais? Foi um flerte é passageiro. A vida é um troço fugaz, tenho de aproveitá-la por inteiro!
(Prisco) – Afinal, que mal há? Afinal não sou poeta? Uma mulher em cada bar?
*(Prisco sorri, mas começa a mudar de expressão pra desapontado)*
(Prisco) – A quem eu quero enganar? Só sou eu, Prisco... Não posso me apaixonar, mas quero correr o risco...
(Prisco) – Ah! Não há nada decidido, pode ser que nem aconteça, se acontecer, por outro lado, vira minha vida de ponta cabeça...
*(Mudando de expressões, em conflito consigo mesmo)*
(Prisco) – Não pode ser tão ruim... não pode ser tão mal, o que eu temo afinal? Eu não vou deixar assim!
(Prisco) – Vou procurá-la essa tarde. Vamos ver no que vai dar. Ela pode dizer que sentiu saudade, ou quem sabe me estapear... *(Expressões considerando as suposições feitas por Prisco)*
(Prisco) – Vou pagar pra ver. Não há muito que pensar. A acabei de conhecer, no mínimo vou me alegrar.*(Prisco sorri)*
(Prisco) – Me encantou aquela voz... tão doce... tão leve... Ela brilhava como dois sóis, temo até que me cegue...
(Prisco) – Ora, então que me encantei. A minha musa de outrora mais tarde direi: Me encantas!
(Prisco) – O que ela vai dizer? Não sei bem ao certo... mas ainda estarei por perto...de resto, vamos ver!*(Fala pra platéia, um pouco entusiasmado e sai do palco)*

Fim do primeiro ato.

Matheus Santos Rodrigues Silva


domingo, 26 de dezembro de 2010

A sombra de uma escolha II

Cena 02 – Numa biblioteca. Algumas estantes de livros.
Personagens: Prisco, Regina, amigas de Regina.
(Regina) – Onde está isso que não acho? Já procurei  de cima a baixo, estava certa de encontrar... e volto a procurar... Preciso achar! É o que vou declamar!: Pus o meu sonho num navio...*(Ela tenta se lembrar do resto do poema, quando surge Prisco. Sentado perto da estante ao seu lado)*
(Prisco) – E o navio em cima do mar, depois abri o mar com as mãos, para o meu sonho naufragar...*(Regina ouve, sorri e continua a declamar. Olhando Prisco que se mantém fixo no livro que leva na mão)*
(Regina) – Minhas mãos ainda estão molhadas, do azul das ondas entreabertas, e a cor que escorre dos meus dedos, colore as areias desertas...
(Prisco) – O vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio, e debaixo d’água vai morrendo, meu sonho, dentro de um navio.
(Regina) – Chorarei o quanto for preciso, para fazer com que o mar cresça, o meu navio chegue ao fundo, e o meu sonho desapareça...
(Prisco) – Depois tudo estará perfeito, praias lisas, águas ordenadas...
(Juntos) – Meus olhos secos como pedras, e as minhas duas mãos quebradas.
*(Prisco olha para Regina e sorri)*
(Prisco) – É este aqui que está procurando. Tinha pego pra ler alguns poemas, mas pode pegar.
*(Regina  o olha nos olhos, sorrindo.)*
(Regina) – Eu ia pegá-lo pra ver um poema, mas me ajudou a lembrar.
(Prisco) – Prisco. Esse é meu nome. Poeta-escritor, e não passo fome!*(Prisco sorri)*
*(Regina ri)*
(Regina) – Pois eu sou Regina, estudante esforçada, leitora dedicada, mas não sei escrever...
(Prisco) - *(Fingindo surpresa, brincando, flertando)* Mas não pode ser! Alguém tão bonita e não sabe escrever? Declama Cecília sem se intimidar. Conhece dos versos, sabe falar... Se engana ou me mente, gostaria eu, somente, de poder comprovar!
(Regina)*(Percebe o flerte e entra no jogo)* Pois então que me diz? Seria eu boa atriz? Poetisa? Escritora? Ou quem sabe cantora dos versos de alguém?
(Prisco) – Sendo boa atriz, ficaria decepcionado, por um instante achei nivelado o teu olhar com o meu. Já poetisa, isso é certo, e escritora talvez... Se poderia cantar outro verso, talvez outro que ninguém fez...
(Regina) - *(Expressão de intrigada)* Então é possível cantar o nada?
(Prisco) – Só se estiver preparada. Pois ninguém é meu segundo nome... Desafio a cantar você, o que não conseguiu nenhum homem!
(Regina) – Mas que nome singular para um poeta. Prisco ninguém, chega a ser engraçado. Pois farei do teu verso a minha meta! E garanto, ficará impressionado!
*(Ambos sorriem e intencionam se aproximar mais, quando chegam as amigas de Regina)*
(Amiga 1) – Vamos Regina, temos de ir embora!
(Amiga2) – Já é passada a hora, o sinal irá tocar.
(Regina) – Mas...
(Amigas) – Não podemos esperar!
*(Saem as amigas e Regina. Prisco e Regina se despedem com gestos)* 

Matheus Santos Rodrigues Silva

sábado, 25 de dezembro de 2010

A sombra de uma escolha I

Ato 01
Cena 01
Personagens: O mendigo – (Na rua, pela noite)

(Mendigo) – Olá a quem me escuta, em especial a quem me ouve. Quem vos fala é quem temem que vos roube, que vos fala é um daqueles que luta!
(Mendigo) – O meu nome não importa! Não o irei dizer; não perguntariam depois daquela porta!*(Aponta pra saída do teatro)* por que agora iriam querer saber?
(Mendigo) – Estou aqui para lhes deixar ciente, de uma história, certamente, colossal! Que ocorreu nessas ruas, em minha frente. Que a mim mesmo pareceu ser irreal!
(Mendigo) – Aqui a ironia se faz presente. Comigo nunca quiseram conversar. Mas agora estão dispostos a pagar, pelo que de fato há em minha mente.
(Mendigo) – Pois então, se preparem para ver! É uma história de que sempre irão lembrar! Que levarão para além do anoitecer. Que pensarão no mais lindo luar.
(Mendigo) – Nessas ruas ocorreu e eu testemunho. E nenhuma mente sã pode negar. Se soubesse escreveria com próprio punho, sobre as sombras que uma escolha pode deixar.*(O mendigo fala altivo no começo, depois fascinado com a lembrança. Recorda sua posição e se refaz altivo. Depois se prepara e apresenta o espetáculo)*

Matheus Santos Rodrigues Silva

#Olá pessoa. Faz um certo tempo que não escrevo. Na verdade que não posto, pois escrever eu escrevi ontem. Começo hoje a publicar alguns trabalhos inacabados, como esta peça, na esperança de ganhar motivação pra continuá-los e terminá-los. Escrevi esta peça ao longo do ano e publicarei uma cena dela por dia, até ter encerrado tudo que já escrevi. Quem sabe não me vem inspiração pra escrever mais nesse meio tempo? Espero que gostem da obra e peço encarecidamente que deixem comentários sobre cada cena que lerem. É muito importante pra mim saber como isso vai ser recebido. A peça possui, até o momento, quatro atos. Os três primeiros com três cenas cada e o quarto com apenas uma cena feita. Bem, espero que gostem! Abraços!#

sábado, 18 de dezembro de 2010

Escritos de uma tarde V

O que deu em mim que tanto escrevo?
Combinação sem igual este momento...
Coração e mente iguais em tal apelo
que ameaçavam as vigas do firmamento!

Pois se não suportarem que caiam do ar!
Estrelas, nuvens, lua, chuva...
pois assim o céu tocará o mar!

Matheus Santos Rodrigues Silva

Escritos de uma tarde IV

Que elegante forma tomou este pensamento
todo pensar se vai...
converte-se em puro sentimento
e a mente não retrai...

Sentir-se pleno é tanto!
Faz-me saudar o beijo,
querer mais do que vejo,
falar do meu encanto...

Em sutis palavras e outras mais ardentes
quero incurtir-lhe o senso de um calor humano
que de tão quente chega a ser insano
desejar-te o toque... que pensar demente...

É querer, desejo, é tudo, é chama!
Atirar-se ao gozo dos sentimentos
é o simples ato de quem ama!

Matheus Santos Rodrigues Silva

Escritos de uma tarde III

Cancioneiro bobo desse amor sutil,
agrada-te o segredo quando ninguém viu
abrir-se a tua porta para a luz da aurora
tocar a tocar própria e iluminar lá fora
os caminhos de outro alguém...

Cancioneiro bobo, ela te faz sorrir!
Foste vencido, tolo, numa explosão de cor.
Livres estás, mas nem queres ir;
foi vencido, tolo, pela que chama amor!

Matheus Santos Rodrigues Silva

Escritos de uma tarde II

Ó, manhã serena em que medo tive
esquece das dores, esquece e vive!
Todos os horrores foste capaz de vencer,
sentir os ardores e se conhecer!

Matheus Santos Rodrigues Silva

Escritos de uma tarde I

Há uma etérea vaga que lambe os meus pés,
vem de um mar sereno que outrora eu vi
num momento pleno, eu vi você sorrir

e isso me deu a vida e isso me deu a calma
é tão lindo descobrir quem tu és
é tão lindo que me incurta n'alma

um sentir doce, algo sem igual
e fosse como eu fosse, alguém bom ou mal
estaria perdoado...
pelo teu sorrir santificado!

Matheus Santos Rodrigues Silva

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Amigos

No vórtice que engole a existência
eu atiro todas as vidas
as com e as sem decência
as ganhas e as perdias.

Passado engraçado esse meu...
Que as vezes volta pra me assombrar,
mas se é sombra é por que não se perdeu;
ainda vale a pena lembrar.

Não é bom perder amigos.
É dolorosa a transição...
tornam-se simples conhecidos
os que um dia quis como irmãos...

Não. Eu não vou mais deixar.
O destino me deu uma chance
de poder recuperar
as bonança por mais distantes

que estivessem elas...
acho que minhas amizades são boas...
acho que minhas amizades são belas!..

Matheus Santos Rodrigues Silva

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Não tem sentido algum

O meu mundo é um misto de dever e querer que acredito ser comum aos tantos outros mundos deste mundo.
Na maioria das vezes eu faço o que eu quero por que consigo querer o que eu devo... seria isso liberdade? Meu narcisismo me levou a me questionar mil vezes o que é isso em mim. O que eu sou? Me entender parece simples pra mim. E é simples. Mas é um entendimento que escapa a qualquer lógica. Tantos porquês sem resposta...

Eu sou um homem de paixões. E por paixões eu falo de todas e não aquelas que envolvem duas pessoas que se gostam. Eu sou capaz de despertá-las. Eu sou capaz de senti-las. Umas são tão fugazes, outras tão duradouras, outras tão eternas...

Existem duas coisas capazes de mover um homem como eu de forma incessante: Um amor e uma idéia.
Eu sou apaixonado por um amor.
Eu sou apaixonado por uma idéia.

Eu sou um homem de amores e idéias...

Apenas ao meu amor devo a explicação que tanto desconheço dessa paixão. Não tratarei aqui dela.
Ao mundo e a mim mesmo eu devo a explicação que tanto desconheço sobre a minha idéia.

Liberdade. É um conceito tão abstrato... é tão impreciso... Sou apaixonado pela liberdade, mas não sei precisar o que ela é. Como chegar a ela? Não existe caminho para ela, e aqui roubo aqui uma meia frase de Gandhi, ela é o caminho.
Eu já busquei a liberdade das mais diversas formas. De maneira libertina, de maneira filosófica, de maneira política, e até mesmo pondo um fim a ela. Em vão...
A liberdade não é algo que eu devo buscar. Não é algo que deva ser dado a mim. É algo meu. É algo que nasce comigo e eu só preciso exercê-la. Mas como? Podem se perguntar: Qual a melhor maneira? Como ter certeza? Essas perguntas são inúteis... A liberdade é uma coisa natural. Quanto mais forçar a sua mente pra se convencer de que vive em uma. Quanto mais vigiar a sua própria existência, menos liberdade vai ter. E quem a vai estar cerceando é você mesmo. Você não pode fazer isso... Você não pode?

Sabe... no fim de tudo isso o interessante é que você pode. Você é livre! Até mesmo para não ser... O único que pode te dizer se esse é o caminho é você.

A liberdade não é um direito. É uma condição de existência. Uma vez cheguei a pensar que fosse forçado a ser livre... irônico, não é? Mas não. É um estado que não te obriga a nada. Nem mesmo a ser.

E aqui chego ao ponto de contradizer o que disse anteriormente. Você pode buscar a liberdade. Você pode abandonar a liberdade. Você pode suprimir a liberdade. Depende de apenas de você. No fim, você simplesmente pode.

Matheus Santos Rodrigues Silva

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pela liberdade de expressão!


By Guilherme Ramos Martins

                                        
Meus caros, está acontecendo algo fantástico nos meios virtuais e por que não nos meios físicos do mundo inteiro. O fenômeno de divulgação do site Wikileaks conseguiu despertar a atenção das mais diversas camadas das mais diversas sociedades do mundo. Inclusive o interesse e a extrema preocupação do governo estadunidense que mostra que "liberdade, liberdade, negócios a parte". A liberdade de expressão está sendo ameaçada por muitos daqueles que se dizem seus defensores e o mundo não está se curvando diante disso.

O que eu posso ver são pessoas de diversas nações. Diversos continentes. Diversas visões políticas e de mundo, unidas por uma causa. Isso, meus caros, é um fenômeno raríssimo no mundo. Isso é a história sendo escrita em nossa frente. Isso é a história sendo escrita por nós!

No mundo inteiro estamos vendo protestos contra a prisão de Julian Assange e contra os boicotes ao Wikileaks.
Grupos como os anonymous, constituídos por hackers e por muita gente simples e com pouquíssimos conhecimentos de informática, está sendo uma espécie de "braço armado" da revolta contra a repressão. O grupo tem derrubado sites de empresas que boicotaram de alguma forma o Wikileaks ou que deram suporte a esse boicote. O mundo não quer ficar as escuras. O mundo quer saber! Eles não tem o direito de nos negar o conhecimento!

A internet já tinha se mostrado uma arma contra a ignorância. Contra o monopólio da informação, do conhecimento. Mas agora, mais do que nunca ela se mostra um campo aberto pro surgimento de um novo mundo!

Nosso país não pode ficar na contramão da história mais uma vez. Já não estamos. Brasileiros estão mobilizados na luta pela liberdade, seja divulgando informações que tantos querem ver escondidas, seja dentro do grupo anonymous. 
Nossa grande imprensa se cala. As notícias sobre as divulgações do Wikileaks e suas repercussões são abafadas e tratadas como sem importância. Eles não querem que nós saibamos. A mostra que o Wikileaks nos dá é de que é possível ir direto na fonte da informação, do conhecimento, sem intermediários e isso está apavorando a nossa grande imprensa que tem no monopólio da informação a sua força.
Outra coisa muito interessante é a forma como estão se dando os protestos. As ações são descentralizadas. Da forma que deveria ser toda a revolução. Uma liderança central só faria enfraquecer o movimento e o ideal se perderia a medida que a hierarquia de comando fosse se perdendo. Não está havendo uma organização central. As pessoas estão saindo a luta por conta própria. Por vontade própria. Por convicção própria. Podemos não nos conhecer. Podemos não conhecer quase 99% daqueles que estão lutando ao nosso lado, mas sabemos que podemos confiar. Sabemos que estamos todos lutando por um propósito comum e da forma que nos é possível.

Esse é o espírito que consegue conciliar duas grandes tendências humanas. O coletivo e o individual. Nenhum  de nós está recebendo ordens. Muitas vezes não nos identificamos política, religiosa ou moralmente. Somos tão singulares e ainda assim estamos juntos! Conseguimos preservar toda a nossa individualidade e ainda assim lutar por um bem comum. A nossa liberdade!

Por isso venho nesse post declarar a todos que o blog Vozes está mobilizado na luta pela liberdade de expressão. Na luta pelo nosso direito de saber. Sem deixar de ser o que ele é. Um espaço de poesia, de arte.

Encerro este post com um trecho de uma música já postada por mim da banda inglesa Muse de nome Uprising:

"They will not force us!
They will stop degrading us!
They will not controll us!
We will be victoryous!
So come on!"

Matheus Santos Rodrigues Silva

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Lula sobre os Wikileaks



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domingo, 12 de dezembro de 2010

Sobre o Wikileaks

O site Wikileaks tem divulgado nos últimos dias diversos documentos de diplomatas estadunidenses referentes a inúmeros países e assuntos no mundo. Estive acompanhando o desenrolar dos acontecimentos e lendo alguns dos documentos referentes ao Brasil e a países como Rússia, China, França e Alemanha, mas vou me ater a falar sobre o Brasil.

Fiquei atrás de arquivos Top secret(sei que não tem nenhum do tipo e tem um aviso logo no "main" do site sobre isso, mas eu sou insistente) e não encontrei nada, infelizmente... Mas pelo que pude ler, o Brasil é um país de importância estratégica para os EUA. Não só nas redes de cabos de comunicação submarinas que passam por aqui e foram citadas, mas pelo desenrolar de suas políticas externa e interna.

Na política externa, as relações do Brasil com o Irã e sua representatividade como líder na américa latina são preocupantes para o governo estadunidense ao mesmo tempo que a liderença latinoamericana fora das mãos de Hugo Chávez é uma benção.

Na política interna, o plano nacional de defesa adotado em 2008 é criticado. A aquisição da tecnologia de submarinos nucleares é dita como inútil para os propósitos do país de defender suas reservas marítimas de petróleo. Mas aí eu faço um comentário: Se a aquisição de submarinos nucleares é inútil, por que os EUA não se livram da gigantesca frota que possuem?
A quarta frota(contingente marítimo estadunidense) patrulha o atlântico sul e a costa brasileira. Essas críticas me parecem mais medo de perder a hegemonia naval na região. Visto os sucessos dos submarinos convencionais brasileiros em exercícios militares contra os submarinos estadunidenses, fica a pergunta: Se eles não conseguem nos superar com submarinos convencionais, o que eles vão ser capazes de fazer com submarinos nucleares?

Outro ponto da política interna foi a eleição presidencial deste ano. A embaixada estadunidense dava como certa a vitória de José Serra. Segundo eles, Serra seria um homem que daria continuidade aos projetos de FHC assim como Lula o fez e por isso seria eleito. O povo votaria no homem que faria o mesmo que Lula na cabeça deles.
Sinceramente, isso mostra um grande desconhecimento por parte dos estadunidenses do funcionamento da política brasileira e dos acontecimentos do governo Lula. Mas esse desconhecimento tem um motivo simples: Arrogância.

Subsecretário de estado estadunidense diz: "Nós não temos medo do PT e da sua agenda social"
Wikileaks: EUA faz lobby por mais segurança nas olimpíadas 2016 e quer lucrar.
Porta-voz do pentágono: "O mundo não se relaciona conosco por gostar ou confiar em nós, mas por não ter outro remédio. Somos o último, o único poder indispensável."

O governo estadunidense pouco se importa com o que verdadeiramente acontece em sua antiga roça. Ainda conservam a mentalidade de "que não importa o que esteja acontecendo, nossos interesses vem em primeiro lugar e ponto final."
O que não podemos dizer que é de todo mentira. O Rio de Janeiro passou por uma recente "limpa". O governo federal enviou forças do exército e da marinha(o que é anticonstitucional) para reforçar a segurança e expulsar os traficantes da Vila Cruzeiro e do morro do Alemão. Peguem isso e unam ao lobby estadunidense para uma maior segurança no rio durante as olimpíadas e vão ver ou uma baita coincidência ou uma relação de causa e efeito.

O que há por trás de tudo isso, nenhum de nós faz idéia. Os arquivos top secret fazem jus ao nome e não vazam. Mas com os recentes, e importantes, vazamentos pelo Wikileaks podemos perceber que nem tudo é o que parece. Essas informações estão nesse exato momento livres na internet para quem quiser ver. Não se trata mais de não ter como chegar a elas. Trata-se de querer chegar. E quanto a elas eu gostaria de finalizar com um comentário sobre os acontecimentos do Rio de Janeiro: Eu vi as capas da época e da Veja da semana passada e retrasada e tive vontade de rir. Nós(nem nós aqui em Salvador ou no rio ou em qualquer outro lugar) não temos uma polícia nova ou uma forma nova de combate ao crime. É a velha mesmo. A diferença é que dessa vez houve um interesse maior por trás da ação militar(que levou até duas das três forças armadas). Não está havendo uma virada no nosso país na questão da violência. Ela não está sendo combatida. Estão apenas repetindo o que fizeram com os cortiços cariocas no fim do século XIX. Limpando(O que por sinal deu origem as favelas). Até quando isso vai se dar? Como mais isso vai se dar? Quem sabe?
Não condeno a ação militar em si. Acho-a importante e muito bem feita(vista a baixa mortalidade. Eu achei que seria uma carnificina). O que eu condeno é a forma como a grande mídia está tratando o tema.
As vezes quando ligo a TV ou paro pra ver a capa de uma revista, me sinto num estado facista. A grande mídia tem pregado um estado forte. A grande mídia tem pregado um estado armado e em guarda. Preparado para combater os "inimigos da nação" quando na verdade a nossa grande mídia é a verdadeira inimiga do Brasil.
Cuidado com a força destes homens armados. Somos uma geração que não viveu sob o jugo das armas do estado. Somos?

Matheus Santos Rodrigues Silva


Textos recomendados:
http://www.marcelofreixo.com.br/site/noticias_do.php?codigo=128 - Wagner Moura
http://www.marcelofreixo.com.br/site/noticias_do.php?codigo=127 - Deputado estadual Marcelo Freixo
http://estadolaicoja.blogspot.com/2010/12/papaleaks.html - Estado Laico - Eduardo Maskell
http://estadolaicoja.blogspot.com/2010/12/wikileaks-expoe-diplomacia-e-criticas.html - Estado Laico - Eduardo Maskell

Passo em verso

Espaço inverso,
em verso atado, 
é livre e escravo, 
és cravo da rosa, 
que amorosa 
te afaga e te nina, 
ah menina que arde 
na tarde em meu toque...
Ah, mar... Quantos Amares cabem em ti?
Amar... Quantos "ah, mares" vou repetir?

Matheus Santos Rodrigues Silva

sábado, 11 de dezembro de 2010

Resposta

Cada gota de orvalho em cada manhã apaga do calendário da vida um dia de tempo. Um instante passado que deixei pra trás e que ainda lembro. Um instante que era uma pequena distância entre nós dois. Distância essa que sempre foi muito variada. Já estivemos tão perto, mas ainda sim tão distantes e mesmo nessa distância, tão próximos...
Horizonte. Não o da história que lhe contei, mas daquela que agente escreve a cada segundo. Lugar belo onde céu e mar se confundem sem ter de explicar o porquê, pois porquê não há... O que há é amor e é isso que importa quando o toque dessas duas imensidões se dá!.. É belo!
E eu te olho desconcertado, musa. Um desconcerto gostoso que me deixa a sua frente a espera de um beijo doce que venha agraciar os meus lábios... Como eu quero ver a minha própria imagem refletida nessas pedras castanhas de poder hipnótico... Como eu anseio por aquele toque suave em meus cabelos... Aquele sentir puro, no gracejo de um sorriso lindo! Deus, que sentir é esse que nem pede permissão as horas pra se mostrar? Que sentimento engraçado... Me leva àquele rosto rosado que me olha tão docemente quando nossas mãos se tocam... Ah, riso... Daqueles lábios vem um riso macio que as vezes se esconde juntamente com aquelas duas já citadas pedras que me olham de lado. Envergonhadas de não sei o que, talvez do simples encontro com as minhas, talvez da verdade incontestável que não canso de repetir:. És linda! Ah, sentimento em meu peito... Prender-te é inútil e uma vileza com a alma...
O orvalho ainda vai surgir em diversas manhãs em que não poderei tocar a pele dela ou vê-la mecher naquela mecha de cabelo que eu insisto em pôr atrás do seu ouvido. E irá secar durante o dia... Até a noite, que de certo virá e me trará mais forte a resposta simples pra uma pergunta feita e não muito bem respondida outrora:
Sim, linda. Sim, amor. Sim, augusta do sentimento belo que me faz palpitar. Como daquela vez em que sentiu minha taquicardia e disse:. É bom. Mostra que é importante pra você! Sim. Mil vezes sim, minha amada! Eu sinto saudades de você!

Matheus Santos Rodrigues Silva

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ao júri

Ouçam-me todos os ventos!
Levem minha mensagem!
Da forma que falo, sem alentos
ou eufemismos que a estraguem!

Não sou um ser perfeito
muito longe disso estou
tenho um coração em meu peito
sinto ódio, desejo, amor.

Eu não quero a perfeição!
Eu sou falho, eu também erro!
Tento fazer o que pra mim é certo,
mas também me engano, você não?

Sou diferente do que muitos queriam...
É errado trilhar o próprio caminho?
Enquanto eu lutava, muitos fugiam,
eu olhava ao redor e estava sozinho...

Eu não quero aprovação.
Eu não peço nem ajuda.
Se não quer segurar minha mão,
larga ela e não me puxa!

Se não quer, não me dê suporte
não precisa me auxiliar
deixe que eu construo a minha sorte,
mas não tens o direito de me julgar!

Se eu falhar a culpa é minha,
mas se eu acertar também!
o que lhes importa a minha sina?
Eu não devo nada a ninguém!

Matheus Santos Rodrigues Silva

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Em guarda

"Minha força não está aqui para subjugar ninguém, mas para impedir que me subjuguem."

Matheus Santos Rodrigues Silva

Mitologia

"Nem mesmo os titãs podem mudar
o simples e lindo fato
de que e o céu toca o mar!"

Matheus Santos Rodrigues Silva


*Para Mayana Lessa de Oliveira*

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mon coeur s'ouvre à ta voix

Santo toque que nos uniu, eu lhe evoco e rogo... eu peço...
Nesse instante vão em que recomeço a sentir apertar-me o peito...

É um penar bom... é um sentir de espera pela maior certeza... é tamanha a beleza que me faz sorrir...

Mas senhor, aperta... aperta e eu quero que aperte, pois eu não sou inerte... eu gosto de sentir...

Eu só quero dizer-te que te amo e isso é forte... te espero de volta cá do norte... pra ser com você!

Matheus Santos Rodrigues Silva

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Veterano

I

Cruéis batalhas já viram meu rosto.
São tantas guerras as que eu já travei...
Cansado e ferido eu procurei repouso...
busquei tanto... e não encontrei...

Outras batalhas procurei travar
pra manter a vida, poder me alimentar.
Inúteis inimigos no caminho afora...
Os venci antes e venceria agora...

Descanso, paz... Palavras já sem significado...
A guerra não termina jamais... uma vez na luta, sempre soldado!

II

De uma terra estrangeira, surgiu outra batalha.
Um novo combatente quis me vestir uma mortalha
e tomar de mim as glórias de tantas vitórias
dar-me minha Waterloo sem mais demora.

Me dispus ao combate e não me arrependo.
Eu disse: Me mate! E ela disse: A contento!

Empunhei minha espada, tropas avançando...
Ela permaneceu parada... era parte de um plano...

Rondei, rondei... em vão pelo campo;
ela olhava e esperava... que olhar... um encanto...

Não pude entender, não pude aceitar...
Como iria vencer? Como iria ganhar?

Desci do cavalo em confronto direto.
Olhei, desafiei e ela chegou mais perto...

Não podia imaginar, mas ela era tão forte...
Não podia mensurar, mas me abandonava a sorte...

Ela olhou-me fixamente... era um olhar tão plangente...

Ela desafiou a minha história... estrangeira da vitória...

Desarmei-me e me pus a olhá-la... toda raiva passou...
Logo pude fala-la e seu olho chorou...

Ela então me abraçou... golpe certeiro...
Meu peito disparou...ficou tão ligeiro...

E ela beijou-me por fim...
Nunca imaginei que acabaria assim...

Tantas batalhas e eu nunca perdi...
ainda, pra mim, é difícil acreditar...
derrotado e levado e eu nem resisti...

Incrível, insano, fascinante o que vejo...
Vencido por um olhar...
Derrotado num beijo...

Matheus Santos Rodrigues Silva

Não és bom nem és mau

Não és bom nem és mal; és triste e humano... 
Vives ansiando, em maldições e preces.
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano. 

Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vórtice vesano, 
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.

Capaz de horrores e de ações sublimes, 
Não ficas das virtudes satisfeito, 
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:

E, no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito 
Um demônio que ruge e um deus que chora.

Olavo Bilac

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amor

"Quero encerrar o som doce da sua voz numa urna pra que fique guardada...
Quero encerrar o teu coração, que me ofereceste tão docemente, numa caixa para que nunca se gaste...
Quero guardar teus beijos onde o tempo não possa remover o gosto...
Quero guardar tuas palavras onde o espaço não possa engoli-las..."

Meu amor, saiba que isso é mentira...
Nada disso quero de ti e tu já sabes...
Eu já tenho a paixão que me invadira
e a condição de tocar a tua face...

Não encerraria a tua voz numa urna...
Quero-a liberta ao mundo para que possa gritar
expulsar de teu peito qualquer ira muda
que por ventura, nele, venha a se ajuntar.

Quero que grite ao mundo e livre venha me dizer
palavras das mais vastas ou apenas venhas colher
o fruto que plantou em meus lábios...

Não quero teu coração numa caixa...
Quero-o em teu peito a bater
firmemente quando me abraça
tão forte que eu posso morrer...

Sentindo ele bater e completar
o compasso de meu peito
que entoa sem jeito
um amo você!

Quero teus beijos ao vento
em meus lábios tremendo...

Quero que me mandes no ar
ou no toque ou o que for...
Quero beijar... e não aprisionar o teu calor!

Quero que suas palavras voem...
Como voamos nós dois.
E que todas elas ressoem
e que voltem depois!

Quero que todas partam pra ver o mundo
voltando ao meu ouvido a cada segundo...

Minha linda, amar é isso. É ser livre!
Janela e portas abertas pro luar!
Pro pôr do sol e o dançar do mar...
É assim que o amor vive...

Eu te amo por que te amo...
Por que você é você.
Por que eu sou eu.
E por que no meio do mundo ou a sós...
...Nós somos nós!

Matheus Santos Rodrigues Silva


*Para Mayana Lessa de Oliveira*

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vem

Roda a rosa do tempo a me mostrar vistosa
a força do vento, dessa brisa gostosa
que leva meu corpo e o meu pensamento até você...

Um instante conhecido, mas sempre novo
um beijo vivido e outro e outro...
O desejo, a libido, é tudo um pouco
a se repetir, de novo e de novo...

Por que não me canso?
Por que não se cansa?
Perguntas inúteis...

De um lado a luz assistia a beleza concreta de um sentir de dois donos;
um construir de um mundo novo que só pertence a nós...
O unir de duas almas serenas e sós... sós uma vez... sós pra não mais... sóis...

A luz astral descia lentamente por entre os véus alvos do céu...
Se escondendo envergonhada por ter própria beleza superada...

Libertou seus últimos raios no engrandecer do crepúsculo amarelo e rosado...
Libertou seus últimos raios com a liberdade desse sentimento...
Libertou seus últimos raios num céu já tão claro
pela força de um deus e o fim de seus lamentos...

Desceu o astro incandescente enquanto ascendia do outro lado a dama da noite.
Nua no mais puro dos cantos do céu, ela se pôs a olhar o espetáculo humano.
Tentando competir com a beleza do ato... em vão...

Entre o nascer e o morrer dos astros, tantas palavras...
Importa que o sol nasça? Importa que importe?
Por que ninguém liga?...

O toque macio deu a deixa pra o mais intrincado conjunto de sensações possível...
Uma cadeia aberta... Um não estar preso por vontade, mas voando! Livre!
Voando com meu amor em minhas costas! E não pensem que pesa! Na verdade deixa tudo mais leve! Deixa tudo mais fácil!

Alguns podem dizer: Voem até o horizonte! Mas eu digo: Já estou lá! Em cada canto frio ou quente em que repouso ou ando ao lado dela... cada canto é o horizonte! Nosso horizonte!

Medo. Medos passados... Esquece deles, musa... esquece...
Segura minha mão. Aperta firme que eu não vou te soltar!
É real. É de verdade. Esse sentir pode existir da forma linda que existe. Você não vai acordar desse sonho... Sonhos são meros projetos do quão linda pode ser a realidade...

Sou eu. O poeta. O libertino. O náufrago do vinho. Aquele que se encantou por teu olhar único.
Sou eu. A outra metade do deus antigo. Separados por trovões.
Sou eu. O anjo caído com uma missão que custou tanto a cumprir...
Sou eu. Aquele que viu e ouviu o mar tocar o céu. Que viu o céu refletir o mar e ser invadido por suas ondas para que pudesse crescer o suficiente para comportar todo esse sentimento...
Sou eu. O que sonha...

Vem comigo! Segura minha mão e anda! Como nos muros da barra, onde passamos com as vagas do mar por testemunhas...

sábado, 20 de novembro de 2010

Ele a ama e ana o ama também!

Pus-me a escrever infinitamente a uma musa que via;
alguém a quem amava, mas que não devia...
Dever é algo fraco, é um pensar de angustia,
mas que pode ser lembrado, confesso isso me assusta;
como algo bom. Um sentir doce
que faria bem, fosse o que fosse.
Mas volto a história da musa e da escrita;
ela enfrentou a dor, para vir, tão bonita,
declarar-me amor ainda que ferida e beijar os céus...
Pois para lá fomos nós após muito pranto
ter com os outros seres de aéreo encanto
papos de viveres e morreres vãos;
de tantos quereres e não quereres sãos.
Muito divertidos são estes papos
até de vampiros se discutem fatos
ou pura ficção... vem um olhar gostoso e um beijar na mão;
um toque no rosto e...
Tenho-a em meu peito a pulsar serena;
tenho em minha mente a certeza plena
de que amo a musa do verso estrangeiro que cantava;
Nossa! Eu amo a musa... ela é tão amada!

Matheus Santos Rodrigues Silva


*Para Mayana Lessa de Oliveira*

Undisclosed Desires - Muse



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I know you suffered
But I don't want you to hide
It's cold and loveless
I won't let you be denied
Soothe me
I'll make you feel pure
Trust me
You can be sure
I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognize your beauty's not just a mask
I want to exorcize the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart
You trick your lovers that you're wicked and devine
You may be a sinner
But your innocence is mine
Please me
Show me how it's done
Tease me
You are the one
I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognize your beauty's not just a mask
I want to exorcize the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart
Please me
Show me how it's done
Trust me
You are the one
I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognize your beauty's not just a mask
I want to exorcize the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart

sábado, 13 de novembro de 2010

Sussurro

Se a poesia que tomo em verdade e em meu sono
é tão grande quanto este sentir,
por deus, você tem que me ouvir
recitar meus versos em teus braços!
Seriam sons como afagos.
Toques dos mais vastos
que falariam tanto por mim...
E entenderias assim
o quanto és importante!
E assim, naquele instante
seria minha enfim!

Matheus Santos Rodrigues Silva

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Reverie

Corre o tempo que te cerca;
apaga a luz da noite imunda
é sacro o vento, vem e leva
a sorte em que o amor se afunda!


Palavras de um sentir escuso
olvido foi na própria morte;
velado o corpo, um intruso
perdido ao sul... perdido ao norte...


Veneno, reles suco de nada;
apaga e encerra o que não se pode pensar;
apaga a luz... simplesmente apaga...
é simples, é rápido, é fácil provar...


Livre chaga de febril açoite;
escara de um caminhar insano,
vil, senil, pueril, humano
estalar de línguas no murmurar da noite.


Sagrado manto que eu te tiro agora
e atiro e volto, está tudo lá fora...
Esquece e tece o que te chama 
o ninho, o calor, o vento, a cama...


Não lembra, é nada, é fogo, é gozo
É tempo que olvida a voz e o vento é tanto
que expele a forma de maior encanto
e eu fito e eu olho aquele rosto...


E é tão cruel de se pensar...
o tempo insano não vai voltar...
é beijo, é toque, é um pensar que espanta
e vem e volta e a loucura é tanta!
;
Não lembra como, onde e porque
remete a fonte, remete a você!
E o sono vela pelo maldito...
é o corpo dela aqui já despido...


Doce mormaço desse pensar confuso;
esquecida lágrima que em vão bebi;
eu te digo, amada, se puder me ouvir
lhe prometo amor... um amor tão sujo...


Lhe prometo agora e isso é tão fácil;
é tão simples dizer pra te ter pra mim;
é mentira? não sei... acredito que sim...
Lhe prometo amor, meu amor tão falso...


Entregue-se ao toque que não pode evitar
se puder... eu errei... mas não sou eu de errar...
vire-se... deite-se.... dispa-se ao meu mundo!
olhe em meus olhos... olhe bem fundo!


Diga o que sente 
me diga o porquê!
Me assombre e me atente!
Me diga: O que vê?


Matheus Santos Rodrigues Silva

domingo, 31 de outubro de 2010

Sobre o aborto

Parte 1



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Parte 2

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Escolhas

Meu amor, eu estou indo.
Pelas ruas desse mundo;
nem ao menos quero um rumo
eu simplesmente estou partindo.

Pelas noites, pelos dias;
pelo que virá e pelo agora;
por todas as vadias
e todas as santas que existem lá fora!

Meu amor, tanto eu tentei...
tanto eu quis prender-me a ti...
Tudo bem, eu me enganei...
Mas ao menos uma vez eu te senti...

por uma crença infundada;
um de cem que valia tanto!
Por deus, como eras amada!
Como foi terrível o teu encanto...

Eu sei o que te fiz sentir...
Eu sei o que pude despertar...
Sabia que isso teria um fim,
mas fui teimoso demais pra aceitar...

As vezes pergunto: Acabou?
As vezes penso que não...
Mas o manto que me anestesiou
rasgado foi... uma ilusão?

Eu não quis aceitar a derrota.
Eu ousei não te deixar.
Foi uma escolha idiota,
mas hoje, nada me faria mudar.

Eu sei que ainda sente algo.
Sei que já pode controlar,
mas ainda sou teu ponto fraco
e ainda que não queira, sei machucar...

Você fez a sua escolha.
Acertada eu até diria.
Se fosse diferente, teria sido tola;
escolher o incerto é minha mania!

Fizeste o melhor, o mais justo;
preferiu o honrado ao pecador.
tomou a decisão certa e sem susto
suprimiu tudo que me falou...

Você foi forte, devo admitir...
Forte e honrada, eu posso dizer
Gostou do que pôde sentir
mas mesmo assim tentou esquecer.

Você abriu mão do que disse amar.
Abriu mão depois do que teve.
Abriu mão sem me consultar.
Tirou-me água após dar-me a sede!

Você me fez sentir responsável;
me preocupar com teu bem estar...
Ferir-me a alma foi tão fácil...
Eu nem ao menos pude lutar...

No fim de tudo eu me perguntei:
isso afinal foi covardia?
Foi forte na decisão, eu sei,
mas fez da pior forma que podia...

Você disse que queria evitar a dor;
magoou a três, como isso é possível?
fez três experimentarem um tipo de horror...
Fez tudo da forma mais sofrível...

Eu não vou ficar no seu caminho.
Já deixei morrer de sede o que eu sentia...
Por isso quis ficar sozinho.
Permanecer ao teu lado só me feria

mais e mais e nunca menos...
Reascendia as velhas dores
dominava os meus pensamentos
com nostalgias de meus amores...

Eu estou indo, meu amor
e eu não vou voltar...
não como querias...
eu não posso evitar...

Sejamos então amigos.
Isso eu posso oferecer.
É um estado de menores riscos
pra pessoas como eu e você.

Não. Não somos iguais,
mas somos voláteis juntos
não podemos nos unir jamais
Poderíamos matar diversos mundos...

Nós voamos e caímos
Nós choramos, nós sentimos;
E no fim... você largou da minha mão...
e me deixou com esse gosto... amargo, horroroso... de que foi tudo em vão....

Matheus Santos Rodrigues Silva