sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Escolhas

Meu amor, eu estou indo.
Pelas ruas desse mundo;
nem ao menos quero um rumo
eu simplesmente estou partindo.

Pelas noites, pelos dias;
pelo que virá e pelo agora;
por todas as vadias
e todas as santas que existem lá fora!

Meu amor, tanto eu tentei...
tanto eu quis prender-me a ti...
Tudo bem, eu me enganei...
Mas ao menos uma vez eu te senti...

por uma crença infundada;
um de cem que valia tanto!
Por deus, como eras amada!
Como foi terrível o teu encanto...

Eu sei o que te fiz sentir...
Eu sei o que pude despertar...
Sabia que isso teria um fim,
mas fui teimoso demais pra aceitar...

As vezes pergunto: Acabou?
As vezes penso que não...
Mas o manto que me anestesiou
rasgado foi... uma ilusão?

Eu não quis aceitar a derrota.
Eu ousei não te deixar.
Foi uma escolha idiota,
mas hoje, nada me faria mudar.

Eu sei que ainda sente algo.
Sei que já pode controlar,
mas ainda sou teu ponto fraco
e ainda que não queira, sei machucar...

Você fez a sua escolha.
Acertada eu até diria.
Se fosse diferente, teria sido tola;
escolher o incerto é minha mania!

Fizeste o melhor, o mais justo;
preferiu o honrado ao pecador.
tomou a decisão certa e sem susto
suprimiu tudo que me falou...

Você foi forte, devo admitir...
Forte e honrada, eu posso dizer
Gostou do que pôde sentir
mas mesmo assim tentou esquecer.

Você abriu mão do que disse amar.
Abriu mão depois do que teve.
Abriu mão sem me consultar.
Tirou-me água após dar-me a sede!

Você me fez sentir responsável;
me preocupar com teu bem estar...
Ferir-me a alma foi tão fácil...
Eu nem ao menos pude lutar...

No fim de tudo eu me perguntei:
isso afinal foi covardia?
Foi forte na decisão, eu sei,
mas fez da pior forma que podia...

Você disse que queria evitar a dor;
magoou a três, como isso é possível?
fez três experimentarem um tipo de horror...
Fez tudo da forma mais sofrível...

Eu não vou ficar no seu caminho.
Já deixei morrer de sede o que eu sentia...
Por isso quis ficar sozinho.
Permanecer ao teu lado só me feria

mais e mais e nunca menos...
Reascendia as velhas dores
dominava os meus pensamentos
com nostalgias de meus amores...

Eu estou indo, meu amor
e eu não vou voltar...
não como querias...
eu não posso evitar...

Sejamos então amigos.
Isso eu posso oferecer.
É um estado de menores riscos
pra pessoas como eu e você.

Não. Não somos iguais,
mas somos voláteis juntos
não podemos nos unir jamais
Poderíamos matar diversos mundos...

Nós voamos e caímos
Nós choramos, nós sentimos;
E no fim... você largou da minha mão...
e me deixou com esse gosto... amargo, horroroso... de que foi tudo em vão....

Matheus Santos Rodrigues Silva


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