segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mapa

Sem falar
Sem lutar
Só sofrer
Só chorar
Dor augusta, corta e me lustra qual carrara polida,
mas diferentemente da última, pulsa em mim a dor da vida...

Acabar
De negar
Sem olhar
Sem parar

Inquietação que aquieta os membros, sentido rouco de que nada existe,
vórtice morto de que um ano é ano, veneno longo que embebeda o triste.

Medo e pânico! Filhos de Ares, deus da guerra!
O ar seu miasma encerra, o ar seu miasma tranca...

E dentro de mim, se prendia a canção,
hino que não ri, marca vil da mão,
agora pude destrancar, tirar de mim a dor,
e ela está livre no ar! Ou seja aonde for!
Ela sempre irá voltar, tal qual calor e luz,
que o sol irrompe sempre, até que de repente... já não irrompe mais...

Felicidade estranha, por tirar de minha entranha, a beleza na tristeza...
A musa na Ilusão...
O lindo na fraqueza...
O caminho na perdição...

É mais um dos trunfos que uso,
ametistas de poder!
tomei-os, tal qual intruso,
pra nunca mais devolver!

Agora me acompanham,
lições de uma vida!
Todas elas vindas e sempre um ganho,
até as das práticas indevidas...

Agora aguardo e aquieto,
novos trunfos já conservo,
pra sempre conservarei,
sempre comigo, eu sei!

Agora, ouça com atenção,
não importa só tirar,
você precisa gritar!
O contrário é mera ilusão!

Queda

Desafiaram-me os anjos.
Num intervalo de segundos, me contaram as histórias dos que amaram.
Escolheram por impulso deixar o manto sagrado que garantia suas glórias.... glórias...

Uma palavra. Uma palavra apenas e atirados foram...
Deus do céu, me disseram, morram! Morram!
A quem mais falavam?

Questionei a veracidade dos fatos. Fatos côncavos e convexos... nunca retos! Nunca retos!

Levantei a mão em busca de coragem e aprovação. Recebê-la ? Não! Recebê-la? Não!

Revanche. Me contaram que era uma revanche. Uma melhor de dois pra se firmar empate.
Chorei. Em prantos me pus sem saber por que. Minha alma em soluços pôs-se a se romper... alma?

Chorei... Conceito estranho era pra mim... chorei... Aos berros me pus como algo que... não sei descrever...

Luz. Uma centelha penetrante, cortou meus olhos como faca bem-amolada... faca bem amolada...

Com a visão turva ainda podia vê-los, ou pelo menos senti-los...
Me diziam: Essa é a escolha? Mal fadado és por tal intento. Cortaram-lhe a carne ferro e vento!
E um sopro astuto me passou, como a lâmina gelada que me cortou... cicatriz... dor...

Vivacidade. Palavra aberta em meus ouvidos mal lavados. Compenetrado estava em me aquecer, que nem mesmo a maior chaga pude ver...
Sangue. Por todos os lados, sangue! Vermelho insensível a minha visão fraquejada na queda... na queda...

Estranha. Figura estranha, empapada em secreções próprias... próprias...
Figura louca... enquanto os homens gritavam de dor ao seu sangue na guerra, ela sorria...
Louca estranha...

Acolhido eu fui, em braços grandes! Muito grandes! Até a pouco não podiam me tocar...

Perdido. Naquela etérea figura, fiquei perdido... Calou-se o choro e falou-se a voz...
E eles repetiram: Teu destino é atroz! Teu destino é atroz!
Sua voz foi sumindo... seu silêncio vacando... tua voz foi subindo! Tua voz fui amando!...

domingo, 25 de abril de 2010

Caminho

Triste penedo, cruel mortalha em vil rochedo.
Olhar de sangue vivo lastimante, veneno puro incurtido num amante.
Medo. Silêncio vil que arruina a alma.
Cálice inculto, outorgado por uma voz que não ouço.
Punição imunda! Por um crime que não cometi.
E esse barco afunda... pra dentro... cada vez mais dentro de mim.
Verão perdido. Em sóis de brasa consumido pra não mais voltar...
Inverno insoço. Passado inda moço, que quer me assombrar...
Não mais... vil o crime... se foi...
Perda madura. Mil anos de história. Lutou pela glória.... glória...
Entro no quarto, me desfaço das malas e do casaco.
Eu procuro falas... eu procuro falas...
Tormento. Mentira torpe que a mim conto. Fala ensaiada, papo pronto...
Esquecimento... graça negada por uma cabeça astuta... quem diria... astuta!
Fim. Marco que separa dois tempos, passo a ser dado. Espaço divisor entre a linha que choro e o outro lado...
Fim... Espaço real, o que de fato existe. Do qual posso dizer, mesmo que triste, voltará!

O mar

figura estranha que banha cada passo que dou;
Manto espumante de gosto cortante, me mostra o que sou...
Navego, navego... Inquietude lasciva... guardada nas ondas, segredo da vida...

Sobre, não há nada;
Sob, jóia rara;
Inverto a direção pra chegar em lugar algum,
chegando em algum lugar preferia estar em nenhum...



Aqui. Me afoguei, desci, me encontro aqui.
O que mais me resta? Desistir?
Não...

Contemplando a concha, ostra-mestra fechada. Em madre-pérola formada, pra nunca se abrir...
Pedi. Com leves cantos pedi. Engolindo água, inda assim pude ouvir...

Tão rara. Pérola pequena... tão pequena... tão rara...
Não pude crer, o que vi já me atara...
Só pude sentir, pois que já me consumia...

Perdido... Nos mares distantes me fiz já perdido...
Afogado, estranhado, há muito olvido...
Mas à pérola não...

Peguei. Com mãos que cantavam, atrevido eu peguei.
Beijei, em meus lábios, teu brilho tomei;
Com as mãos em farrapos, ao peito levei...

Guardada. Por sete mares navegados, enfim, procurada.
Esquecidos tratados que não podem ser ditos...
Pois entre leões e leões... não há tratados!

Vento... Que pra mim significa? Nem maré, só a corrente... ela me leva docemente... ela me leva docemente...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Horizonte

Me inquieto quando te penso,
meu corpo não pode evitar;
Seu nome não quer me deixar,
me levo a pensar nesse extenso
sonho-verdade, nesse misto de estar e saudade...
Me inquieta o que posso ver;
Pela beleza do que é...
Pela amplidão do que pode ser...

Tema- Existencialismo

Somos  uma determinação não dada.
Somos responsáveis por nossos atos, nossas escolhas e nosso passado.
A existência vem antes da essência. A existência se impõe a nós e por ter consciência de que existimos, buscamos um significado para ela. Somos livres. Somos obrigados a ser livres.
São algumas das idéias existencialistas. Concordo profundamente com elas.
Ainda vou escrever algumas coisas sobre o existencialismo, mas agora queria apenas fazer uma crítica a uma de suas “pregações”: O existencialismo diz que podemos mudar a nossa essência a qualquer momento. Eu discordo dessa parte.
Se a nossa essência se constrói com a nossa vida, e o passado, aquilo que fomos, tem uma essência definida, significa que nós também a temos, pois temos um passado.
Nossa essência pode até ir se formando com o passar dos tempos, mas a cada dia ela fica mais firme. A cada dia temos um passado maior, portanto uma essência maior.
Não acredito que a nossa essência seja simplesmente formada durante a nossa vida. Acredito em algo prévio a isso, que pode ou não ser desenvolvido. Não vou entrar no mérito ciência X religião disso, não agora.
Existe algo em nós. Algo maleável, mas que possui uma certa rigidez. Pode ser moldado até um certo ponto. Isso se mostrou no próprio Sartre. Ele tentou se tornar mais “engajado” politicamente, mas nunca obteve o êxito que pretendia. Nessas tentativas de ser soldado, ele foi escritor. Eu acredito que seja assim. Existe uma força inicial que pode ser usada ou não. Existia nele, e ela foi usada. Conforme viveu sua vida, Sartre moldou sua essência. Seu passado só foi confirmando a essência inicial e a aumentando. E disso ele não pôde fugir. 

domingo, 18 de abril de 2010

Sangue imortal

Chaga, marca indecente, em alma inocente talhada
Memória de destruição tão cruel quanto amada
Engana o olvido oh vã lembrança
Oh, frágil resquício da demolida esperança

Quem te disse onde mirar? De onde veio a dica certa?
Teus olhos, de que século conhecem minha alma?
Quem guiou tua mão? Quem guiou tua seta?
Por que me atravessa, passa, e só leva a calma?

De onde tu és? De onde viestes?
Que nome tens tu? Que nome me destes?
Como me desnuda? Como me desperta?
Como me vê preso e só pela metade me liberta?

Questões... questões... porquês... por que?
Tuas perguntas, minhas respostas. Minhas perguntas, sem resposta
Do que chamas o que gostas? Que me dizes? Que me mostra?
Eu vejo, encantado vejo e encantado quero ter

Sem perguntar... sem questionar... vai ser inútil?! Do que falar?
Responda, não te cales. Teu silêncio é um abismo para onde pular
Atraído pelo fogo, tal qual mariposa
Voo até o incêndio que em ti repousa

Doçura alada, concedeu-me tuas asas
Fizestes chama do meu peito em brasa
Queimas-te tudo, demoliu a casa

Trouxera o mundo! Deixara escaras
Feridas profundas num diabético ser
Dor que em ti começa pra fim não ter
Dor augusta, excelentíssimo ópio de tão forte
Beleza em tua lâmina, tristeza em meu corte
Tal lâmina-chama, deixa marcas tão raras

Chaga dourada, que pedi sem saber
Fada encantada, labareda a me arder
Chama apagada na ausência do beijo
Reacende e se apaga, muda o que vejo

É belo e é forte, é vivo e é morte, és tu
É sangue corrente, em veia demente, é tocar-ilusão
É vermelho vibrante, céu galopante em azul
É punho fechado, unido, cerrado em azul



É tudo isso, tudo e mais, azuis fatais e meu querer vão
Ascendendo e apertando, movendo e riscando, tecendo um borrão
Tua alma tão nua, minha mão tão tua, teu não tão meu
O que assim se insinua? Lira plangente de Orfeu...

Fui aos astros levado por tuas asas demolidoras
Beijei as nuvens, pedi conforto aos céus
Pairei nas notas das nove musas encantadoras
Beijei as almas das nove virgens, tirei seus véus

E pelo inferno convocado, desci com as mãos ao céu estendidas
Lá vi todas as mágoas, lá vi todas as vidas
Senti queimar nas lâminas-chamas minha alma a tuas asas presa
E decidi manter-me incandescente a queimar... não importa o que aconteça!

Matheus Santos Rodrigues Silva & Eduardo F. Maskell 

O livro dos porquês

Porquês.
Certa vez eu li um livro com esse título.
Um menino pequeno perguntava muito, queria saber muitos porquês.
Acho que cresci um pouco como esse menino.
Fiz muitas experiências na infância. De diversos tipos. Químicas, biológicas, físicas. Sempre quis saber os porquês de coisas do gênero. Plantas, insetos, aracnídeos, répteis, mamíferos, bactérias, protistas, ácidos, quedas, forças...
Isso me deu muito conhecimento prático. Ainda tenho esse espírito questionador. Ele me acompanhou por diversos interesses que desenvolvi: Literatura, história... Mas cheguei, finalmente, a um limite nos porquês. Cheguei a arte.

A arte se expressa em diversas formas, até viver é uma arte!
Você não pode sempre saber os porquês da arte. As vezes ela não os tem.
O expoente disso é o surrealismo. É uma arte que não tem porque de ser. É uma idéia que não compreendemos bem e  muitas vezes, por ignorância, rejeitamos e condenamos. Como pensar no universo como algo que não teve começo nem fim, ou que o tempo passa mais devagar a
velocidades relativísticas, ou pensar que duas retas se tocam no infinito. Idéias abstratas demais...

Temos um campo de pensamento limitado ao nosso próprio conhecimento.
Quanto menos conhecimento temos, menor é a nossa capacidade de compreensão.
Mas que conhecimento é esse? Não, não é o conhecimento acadêmico apenas. Não é só o que está nos livros. É o conhecimento prático, o experimentado diversas vezes, o refletido...
Os homens estudam diversas tópicos da ciência por anos a fio, sem conseguir alcançar a compreensão. Por que acham que com a arte seria diferente?

A arte é a ciência das sensações. O que ela te faz sentir é o que importa. Ela é aquilo que você sentiu e faz sentir.

Meus porquês estão ficando pra trás quando se trata de arte. Inclusive da arte de viver. Nem sempre existe um porquê.

O mundo todo nos exige motivos. O mundo todo nos exige atitudes e posturas. Inúteis...
Se parar pra se perguntar do porquê disso tudo, não vai encontrar respostas, se aceitar simplesmente, vai se perguntar por que...
Saber... você sabe de muita coisa não é?
Você gosta de saber de muita coisa não é?
Você é bom!
Então eu pergunto:
Qual a última cor que chamou a sua atenção?
Quais estrelas conhece? Quais delas são de fato estrelas e não planetas?
Qual foi a sua última palavra doce?
Qual foi a última vez que parou de perguntar, por que isso está acontecendo? E começou a viver isso? Sendo mal ou bom?

Os porquês estão escondidos num baú. Numa caixa misteriosa. Só possuímos um pedacinho da chave. Juntos, todos juntos, poderemos abrir a caixa e finalmente acabar com todos os mistérios do mundo! Desvendar tudo, desmistificar tudo!
Mas... por que?

Tradução

No mar eu me encontro
Sob o céu e as estrelas
Já, não posso vê-las, se não me virar,
Seus olhos castos, por que não me olham
As pedras pergunto, e a beleza peço,
do som me desfaço, o silêncio profundo
Olhe de novo
E de novo
E de novo

Maiane Chagas Dourado

Demolição

Pedra, pássaro, água, montanha;
Casa, areia, elefante, hipopótamo;
Vento, sol, luar, fósforo;
Medo, silêncio, coragem, estranha;

Mar, pombo, parece, não é;
Levantar, tombo, ser o que quiser;

Surreal, louco, insano, esquecido;
pensado, acabado, voltado, vivido;

Prédios, casas, saberes, sentidos;
bomba, pavio, menina, sofridos;

Desenhos, canções, poesias, diários;
Mortes, corações, profecias, retalhos;

Livros, saber, doente, melhor;
Voltando, saindo, ficando, a só;

Doçura, esperança, desdém, carinho;
Alma, infância, fé, sozinho;

Piano, dedilhado, saber, sim eu sei;
Poema, métrica, saber, sim eu sei;

Por que? Por que? Por que? Porque?

Não sei, não sei, não sei, não;

Em linguagem qualquer eu posso escrever;
Tentar me expressar, tentar te envolver;
Em linguagem qualquer eu posso falar;
Tentar te entreter, tentar te encantar;

Em linguagem qualquer, eu posso dizer;
Falar, falar, e nunca saber...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Se não fosse trágico seria cômico

É interessante, porém triste, perceber que os mais atingidos pelas más administrações municipais são os menos interessados em mudar suas situações.
Essa apatia não se mostra somente na relação com os administradores municipais, mas também com as classes patronais.

Existem situações de um absurdo existencial tão grande que chegam a ser ridículas.
Ao chegar em um super mercado, na hora de passar pelo caixa, quase não se vêm funcionários para ensacar as compras. 

Parece uma besteira querer isso não é? Maioria de nós pensa assim. Tá aí uma justificativa pra sermos uma economia tão forte e não ter nem sombra dessa grandeza na sociedade...

Além dos custos de compra, transporte e impostos embutidos nos produtos que compramos nos super mercados, estão também os salários dos funcionários de limpeza, arrumação, estocagem, caixa e ensacamento.
Se houverem 20 caixas num supermercados, existe 40 salários embutidos nos produtos que compramos, porém o normal é ver algo em torno de 13 funcionários trabalhando. Dez caixas e 3 ensacadores, no entanto estamos pagando por 40.

Ao questionar tal situação, nos deparamos com duas situações cômicas: A primeira é a posição dos funcionários em descanso, que gostariam de continuar em descanso ao invés de trabalhar. A segunda é a revolta dos mesmos com essas exigências, tomando as dores que o dono do supermercado devia tomar.

Com um número reduzido de empregado os supermercados mantêm um bom número de "trabalhadores de reserva" ou seja, desempregados doidos pra conseguir uma vaga de caixa ou qualquer coisa do tipo. Desta forma o patronado tem mais poder sobre seus funcionários, diminuindo o poder desses últimos.
Além disso, o dinheiro ganho em cima desses salários não pagos(os ensacadores que não existem) fica como um sobrelucro para o supermercado, e os empregados não vêm um ínfimo aumento sequer em seus míseros salários.

Em suma o que ocorre é: O funcionário do supermercado se irrita quando você exige a presença de um ensacador pois você está lutando por um direito dele! Engraçado né? 

Hoje eu vivi uma situação interessante. Peguei o ônibus, paguei, e o cobrador me disse que faltavam 5 centavos e que quando eu fosse sair do ônibus eu passasse lá pra pegá-los, eu consenti e me sentei. Quando chegou no meu ponto eu fui até ele, pois estava sentado ao seu lado, e perguntei pelos 5 centavos. Obtive a celebre resposta: "Você tá brigando por 5 centavos? Tá meu filho tome dez vá!"

Foi engraçado perceber de como as coisas funcionam sob diferentes óticas. Aquele ser humano me disse pra pedir os 5 centavos pra ele, quando eu fosse sair, e depois se irritou quando eu o fiz. E ainda acabou por repetir o mesmo erro dos funcionários de supermercados.

Digamos que uma média de 100 pessoas deixe 5 centavos com o cobrador, todos os dias. O que é uma estimativa extremamente otimista. São 5 reais por dia para cara ônibus. Trabalhemos com números pequenos, vamos considerar uma frota de 200 ônibus na capital baiana. São mil reais diários. Durante 30 dias são 30 mil reais. Esse dinheiro vai todo para os cofres das empresas de ônibus, que oferecem um serviço de péssima qualidade e com preços fora da realidade. Além disso, esse 30 mil passam sem pagar imposto. Enquanto isso o cobrador continua recebendo aquele salário miserável, todo o santo mês, e perdendo mais e mais direitos a cada reunião patronal.

Fica a dica: Quer ser uma pessoa bem vista aqui em Salvador? Então pregue o bem do povo, diga que luta por eles, mas não faça nada pra mudar as coisas, nada! Só fale, as pessoas adoram palavras por aqui! Adoram!

domingo, 11 de abril de 2010

Para a moça da onda gigante

Quero fazer um poema.
Um poema perfeito!
Não que o seja em métrica,
Mas que abra o teu peito!
Quero fazer uma obra,
Que te mostre o que sinto!
Que te mostre o que choro!
Que te mostre o que minto!
Quero mostrar o que exalo.
O que de meu peito sai;
O que transborda de mim,
Pela sílaba “Mai”

Meu Amor Infinito;
Minha Amada Inconstante;
Meu Amor Indevido;
Meu Arfar instigante;

Minha Ave, Interrogo:
Minha Ausêncià Inquieta?
Mandragora
Alada
Irreal

Morena
Amada
Incessante
Meu canto já fora plagal,
Agora, é de um amor,
Irritante!

Me diz se posso, eu, escapar!?
Acorrentado por vontade própria.
Inda livre... em alma sóbria...
Meu Amado Infante... assim diria?
O que é o passar de um dia?
Menina Astuta, Invocaste,
Meu Amor Inrustido
Minha Alma’ssim, Instigaste,
Meu Amor Indevido...

Meu Apressado Inverno...
Meus Alicerces Instáveis...
Meus Ardores Irreparáveis...
Meu Adorar Indiscreto...

Como podem?! Três letras falarem tanto?
Causar tamanho encanto!?
Como podem assim,
Zombarem de mim,
Três letras de Chagas...
Três letras Douradas...

Como podem dizer o que eu nem sei falar?
Três letras apenas... e me fazem pensar...

Quero fazer um poema...
Um poema irreal!
Um poema concreto,
Mesmo assim, surreal!

Quero fazer um poema,
Que te mostre o que vejo,
Que transmita um abraço,
Que carregue num beijo!...

Quero fazer um poema.
Completamente errado.
Pra meu erro mais certo:
Maiane Chagas Dourado

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dias de hoje

Já ouvi muito sobre a sociedade nos nossos tempos. Muito sobre a minha geração. Sobre termos muito conhecimento hoje, mas pouca aplicabilidade para ele.

Eu pessoalmente discordo disso. Acho que temos muito mais possibilidades para adquirir conhecimento, mas isso não significa que o tenhamos. Acho que a aplicabilidade do conhecimento é algo relativo. O conhecimento é vasto, é um conjunto de ferramentas. Aquilo que agora pode não ser aplicável pode o ser daqui a algum tempo.

Também ouço muito dizer que não temos ideologia. Dizem que nossa geração não tem muitos conceitos fundamentados. Não temos um pensamento centrado, coisas do gênero.

Com essa parte eu concordo. Concordo que não tenhamos uma ideologia a qual seguimos. Mas eu não acho isso negativo.

No início, o homem precisava apenas satisfazer as suas necessidades básicas. Comer, beber, dormir e procriar.
Isso era o suficiente.
Na antiguidade o homem foi descobrindo alguns conceitos menos primitivos, como os de estado e sociedade. A partir daí, os anseios humanos foram mudando, mas passaram um bom tempo tendo uma coisa em comum.
Na antiguidade oriental o papel foi do estado teocrático. Na antiguidade ocidental não foi muito diferente. Na verdade, no mundo não foi muito diferente. O estado ditava aos homens aquilo que eles deveriam fazer.
Durante a idade média, esse papel ficou com a igreja para a civilização ocidental, e na oriental... também ficou com a religião...
O tempo foi passando e a função de ditar como a vida dos homens deveria ser foi mudando de mãos. Religiosos, reis, pensadores... Os homens sempre viveram de acordo com um preceito, sempre viveram com alguém lhes dizendo o que fazer.

Estou lendo um livro muito interessante de nome "O fio da navalha". Na narrativa, a personagem Isabel protagoniza algumas situações que chamara a minha atenção. Ela vive um problema com seu noivo, Larry, quer que ele arranje um emprego como qualquer pessoa normal e se dedique a nação, no caso os EUA.
A história se passa durante o processo de ascensão estadunidense e decadência européia pós primeira guerra. Essas passagens mostram, de forma muito clara, o que eu digo sobre os homens sempre serem guiados por algo, nesse caso a euforia nacional.

Nascemos numa época em que a mídia tenta assumir o papel de guiar a humanidade. Ela não tem falhado. Mas tem sofrido uma contestação que outras entidades que serviram de guia para os homens não sofreram.
Nós temos muito acesso a informação, e a informações diferentes. Podemos ter acesso a diversos pontos de vista sobre determinado fato ou idéia em questão de segundos! Todo conhecimento acumulado pela humanidade está ao alcance de nossas mãos. E eu falo daqueles que tem esse alcance no mundo. Todos sabemos que isso não é uma verdade geral, mas de uma parte da humanidade. Mas temos que admitir que essa realidade dita as outras realidades, quase sempre.
Nós não estamos mais presos a uma determinada ideologia ou pensamento. Não estamos mais tendo uma entidade guia, que nos diz o que fazer. Estamos tendo que tomar as nossas próprias decisões.

Fazendo uma daquelas clássicas comparações da humanidade como um ser único, diria que estamos nos tornando adultos... Mas se considerarmos que antes da nossa época, a humanidade era guiada, nossa idéia de adulto é um tanto inválida...

A humanidade passa por um momento complicado. E o mais curioso disso tudo é que o momento psicológico da humanidade se reflete em diversas esferas.
Hoje, temos que escolher. Temos que viver a nossa liberdade, o nosso "livre arbítrio". Na verdade somos forçados a escolher... paradoxal não?

Estamos aprendendo a guiar nossos próprios passos, e aprendemos devagar...
Usando um exemplo bem simples, olhem para diversas igrejas evangélicas que surgiram nos últimos tempos. A diferença delas pra igreja católica é bem simples: A igreja católica pede ao homem que haja de acordo com seus preceitos, enquanto as evangélicas atuais oferecem a ele a salvação, a resolução dos problemas e uma guia.

Sabem guia? Coleira. Essas entidades dizem as pessoas o que fazer, como fazer e quando fazer. Por isso atraem a tantos hoje.

Depois da crise financeira, vemos o manto que os EUA lançaram sobre o mundo ser recolhido. Por um bom tempo foi esse país que ditou as regras no mundo, mas hoje o vemos com dificuldades pra se manter e numa crise interna de dar pena. Qual a consequência disso? O mundo tem mais liberdade para se expressar.
Muitas nações estão preenchendo os vácuos de poder deixados pelos EUA. Vide Rússia no oriente, Irã até mesmo Israel no oriente médio, o afastamento japonês dos EUA e sua aproximação com a China, a própria China e até mesmo o Brasil!(Vide viagem de Lula à Palestina).
A União européia passa por sua primeira grande crise, e sua fragilidade se revela. Até mesmo a África tem tido mais liberdade para agir, fora da influência dos grandes. Mas a questão é: O que o mundo está fazendo com essa nova conjuntura? O que o mundo está fazendo agora que não tem mais uma nação hegemônica ditando o que deve fazer?

O dilema de cada um de nós é o dilema do mundo. Nossa busca por respostas e por nosso próprio caminho é a mesma do mundo. Não estamos mais presos a nada, vivemos uma época de transição. É a nossa chance de acertar ou de falhar novamente.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Marinheiro

Mais e mais,
aquecem-se as águas
nessa vida sem cais...

Matheus Santos Rodrigues Silva

Quando a vejo passar


Quando a vejo passar,
oh estrela distante,
a quero tocar...


Matheus Santos Rodrigues Silva

Why can't we see? When we bleed, we bleed the same...

"Map Of The Problematique"

Fear and panic in the air
I want to be free
From desolation and despair
And I feel like everything I sew
Is being swept away
When I refuse to let you go

I can't get it right
Get it right
Since I met you

Loneliness be over
When will this loneliness be over

Life will flash before my eyes
So scattered and lost
I want to touch the other side
And no one thinks they are to blame
Why can't we see
That when we bleed we bleed the same

I can't get it right
Get it right
Since I met you

Loneliness be over
When will this loneliness be over
Loneliness be over
When will this loneliness be over 





Muse