domingo, 25 de abril de 2010

Caminho

Triste penedo, cruel mortalha em vil rochedo.
Olhar de sangue vivo lastimante, veneno puro incurtido num amante.
Medo. Silêncio vil que arruina a alma.
Cálice inculto, outorgado por uma voz que não ouço.
Punição imunda! Por um crime que não cometi.
E esse barco afunda... pra dentro... cada vez mais dentro de mim.
Verão perdido. Em sóis de brasa consumido pra não mais voltar...
Inverno insoço. Passado inda moço, que quer me assombrar...
Não mais... vil o crime... se foi...
Perda madura. Mil anos de história. Lutou pela glória.... glória...
Entro no quarto, me desfaço das malas e do casaco.
Eu procuro falas... eu procuro falas...
Tormento. Mentira torpe que a mim conto. Fala ensaiada, papo pronto...
Esquecimento... graça negada por uma cabeça astuta... quem diria... astuta!
Fim. Marco que separa dois tempos, passo a ser dado. Espaço divisor entre a linha que choro e o outro lado...
Fim... Espaço real, o que de fato existe. Do qual posso dizer, mesmo que triste, voltará!

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