domingo, 18 de abril de 2010

O livro dos porquês

Porquês.
Certa vez eu li um livro com esse título.
Um menino pequeno perguntava muito, queria saber muitos porquês.
Acho que cresci um pouco como esse menino.
Fiz muitas experiências na infância. De diversos tipos. Químicas, biológicas, físicas. Sempre quis saber os porquês de coisas do gênero. Plantas, insetos, aracnídeos, répteis, mamíferos, bactérias, protistas, ácidos, quedas, forças...
Isso me deu muito conhecimento prático. Ainda tenho esse espírito questionador. Ele me acompanhou por diversos interesses que desenvolvi: Literatura, história... Mas cheguei, finalmente, a um limite nos porquês. Cheguei a arte.

A arte se expressa em diversas formas, até viver é uma arte!
Você não pode sempre saber os porquês da arte. As vezes ela não os tem.
O expoente disso é o surrealismo. É uma arte que não tem porque de ser. É uma idéia que não compreendemos bem e  muitas vezes, por ignorância, rejeitamos e condenamos. Como pensar no universo como algo que não teve começo nem fim, ou que o tempo passa mais devagar a
velocidades relativísticas, ou pensar que duas retas se tocam no infinito. Idéias abstratas demais...

Temos um campo de pensamento limitado ao nosso próprio conhecimento.
Quanto menos conhecimento temos, menor é a nossa capacidade de compreensão.
Mas que conhecimento é esse? Não, não é o conhecimento acadêmico apenas. Não é só o que está nos livros. É o conhecimento prático, o experimentado diversas vezes, o refletido...
Os homens estudam diversas tópicos da ciência por anos a fio, sem conseguir alcançar a compreensão. Por que acham que com a arte seria diferente?

A arte é a ciência das sensações. O que ela te faz sentir é o que importa. Ela é aquilo que você sentiu e faz sentir.

Meus porquês estão ficando pra trás quando se trata de arte. Inclusive da arte de viver. Nem sempre existe um porquê.

O mundo todo nos exige motivos. O mundo todo nos exige atitudes e posturas. Inúteis...
Se parar pra se perguntar do porquê disso tudo, não vai encontrar respostas, se aceitar simplesmente, vai se perguntar por que...
Saber... você sabe de muita coisa não é?
Você gosta de saber de muita coisa não é?
Você é bom!
Então eu pergunto:
Qual a última cor que chamou a sua atenção?
Quais estrelas conhece? Quais delas são de fato estrelas e não planetas?
Qual foi a sua última palavra doce?
Qual foi a última vez que parou de perguntar, por que isso está acontecendo? E começou a viver isso? Sendo mal ou bom?

Os porquês estão escondidos num baú. Numa caixa misteriosa. Só possuímos um pedacinho da chave. Juntos, todos juntos, poderemos abrir a caixa e finalmente acabar com todos os mistérios do mundo! Desvendar tudo, desmistificar tudo!
Mas... por que?

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