quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Quimera

Todos sob a mira dos fuzis.
Preparar, apontar, fogo!
Três palavras vis
a transpassar-lhes o corpo.

Surgem então mais armas
mais fogo, mais pólvora;
todos em guardda
cavando a própria cova...

É lançado o punhal
ele voa sem jeito
e acerta no peito
o representante real...

Inimigo caído...
Sangrando a fronte...
Mas não foi vencido...
Olhe o rosto do Conde!

Que rosto? Não há!
Apenas um alvi-rubro retalho;
um semblante sem alma a habitar...
quase um espantalho!

Firme. Altivo e esguio.
Segurando em seus braços o berço,
não de um nascimento, mas de um tropeço
um quase nascer que não se cumpriu...

Ela estava lá... imóvel...
Uma pedra alva de cachos frondosos...
Um aspecto marmóreo...
Com cabelos vistosos...

Sem rosto... era um anjo...
dourada máscara que encobria aquela face...
que beleza opressora... inevitável enlance...
Era o mais belo arranjo

Que deus criara!
Que beleza rara!
única no mundo!
Eu só a vi por um segundo

e me cativara...
e me corrompera...
me impressionara...
me comprometera...

O Conde baixou-a ao chão.
Nível repugnante para divina beleza...
Ou será que não?
Seria aquele seu nível, em certeza?

Olhei novamente...
Aquela face atraente...
Não de mulher...
mas de uma qualquer...

...quimera...

Matheus Santos Rodrigues Silva

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Daughters - John Mayer



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I know a girl

She puts the color inside of my world
But she's just like a maze
Where all of the walls all continually change
And I've done all I can
To stand on the steps with my heart in my hands
Now I'm starting to see
Maybe it's got nothing to do with me


Fathers be good to your daughters,
Daughters will love like you do,
Girls become lovers who turn into mothers
So mothers be good to your daughters too


Oh, you see that skin?
It's the same shes been standing in
Since the day she saw him walking away
Now shes left
Cleaning up the mess he made


So fathers be good to your daughters,
Daughters will love like you do, yeah
Girls become lovers who turn into mothers
So mothers be good to your daughters too


Boys you can break
You'll find out how much they can take
Boys will be strong and
Boys soldier on
But boys would be gone
Without warmth from
A woman's good, good heart


On behalf of every man
Looking out for every girl
You are the god and the weight of her world


So fathers be good to your daughters,
Daughters will love like you do, yeah
Girls become lovers who turn into mothers
So mothers be good to your daughters too

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Rosa

Sabe da rosa? Aquela flor que tomou em mãos e arrancou pétala por pétala?
Você foi puxando uma por uma e soltando-as no vento...
Você não perguntava nada a rosa, não fazia nenhum daqueles questionamentos de filmes do tipo: Bem me quer, mal me quer?
Você só puxava as pétalas e as lançava no ar... Talvez por que eu te chamasse de rosa, ou talvez alguma outra pessoa o fizesse. Talvez quisesse se destruir. Pedaço pro pedaço, mas como não podia, fez isso com a rosa. Ah, a rosa... Por que com a rosa?
Sabe, a cada pétala que você arrancava, um pouquinho do aroma daquela flor se impregnava em você e um pouquinho do seu se impregnava naquela flor.
No fim, não era a rosa que estava dançando ao sabor do vento, era você...
Talvez seja por isso que eu senti aquele cheiro... Talvez seja esse o motivo pra eu ter ficado triste e pensado tanto naquele dia...
Sabe, eu saí da minha varanda. É, eu tava na minha varanda quando senti o seu cheiro, o da rosa que o diga... Eu andei, andei, andei... E agora eu tô aqui na sua frente. Mas olha, eu tô com as mãos fechadas, mas não porque não quero te abraçar ou apertar a sua mão... não é isso. Na verdade eu quero muito fazer isso. Mas é que eu não encontrei nenhum saco nem nenhuma caixa enquanto eu andava, então tive de juntar tudo nas mãos. Aqui estão: Todas as trinta pétalas que você arrancou da rosa. Ah, ainda restam duas nela... Mas seria legal de sua parte se não as arrancasse... minha mão já tá muito cheia... se eu tivesse que pegar mais duas, talvez deixasse todas as outras voarem... seria um trabalhão pegar todas de novo... Mas... enfim... Aqui estão.

Matheus Santos Rodrigues Silva

sábado, 22 de janeiro de 2011

O homem da cabeça de papelão



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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fingir

Fingir é um ato bem comum entre os seres humanos. Principalmente os de hoje. Nós fingimos muito. Acho que já tornamos isso um hábito. Mas as pessoas não fingem igual.
Algumas pessoas fingem que estão com problemas, numa situação difícil, que estão mal. Talvez pra conseguir atenção, talvez pra conseguir favores ou se livrar de responsabilidades. Ou talvez pra que simplesmente sintam pena. Outras pessoas fingem que estão bem. Pra não cair em fraqueza ou não incomodar as outras pessoas. Ou talvez pra que possam seguir. As vezes as pessoas precisam fingir que estão bem pra não ficarem pior. Outras pessoas fingem que não têm algo que têm, pra poder depois lembrar do fato de terem e ficarem felizes com isso.  Outras pessoas fingem que têm algo que não têm, porque deve ser um algo muito importante pra elas. Outras pessoas fingem que se importam, outras que não. As primeiras por prudência, as últimas também. Outras pessoas fingem que são algo que na verdade não são. As vezes pra tornar as coisas mais fáceis, as vezes porque é estritamente necessário, as vezes pela já citada prudência e as vezes por interesse em algum ganho.


As pessoas dizem que eu deveria fingir mais. Que eu sou muito eu. Que eu preciso aprender novas formas de esconder, de enganar, iludir, mentir. Me dizem que é necessário pra se viver nesse "mundo cão". Mas é verdade que existem algumas outras pessoas que me disseram o contrário, mas aí eu descubro que elas estavam fingindo. Talvez por diversão, talvez pra tentar manter a minha crença de que não é preciso fingir. Talvez porque elas precisem acreditar nisso, mesmo que não o façam. As vezes as pessoas precisam que outras pessoas façam certas coisas que elas não fazem pra poder acreditar que há outro caminho, mesmo que elas não o sigam, mas ele está lá.


Eu aprendi essa história de fingir. Não com a perícia que queria ou deveria querer, mas aprendi. O fingimento tem várias faces, sabe? As vezes ele te eleva. Você se sente melhor fingindo. Você sente que está avançando, que está aprendendo, que está se protegendo. As vezes é um troço monótono. Porque tem gente tão acostumada com o fingir, que por menos eficiente que ele seja, elas acreditam. É triste jogar um véu fino sobre a verdade na esperança que alguém simplesmente o retire e ver que ninguém faz isso. Eu não sei exatamente porque, mas desconfio que tenha algo haver com medos, insegurança e até falta de interesse mesmo. É, agente tem medo a verdade. Certa vez, me disseram que a verdade era uma bela mulher nua do outro lado do rio, que quer chegar à margem de cá, mas que ninguém tem coragem de atravessá-la em seu barco por medo das consequências de serem vistos com uma mulher completamente nua numa travessia dessas. Eu confesso que nunca entendi isso muito bem. Afinal, ir buscar uma mulher pelada do outro lado de um rio deveria ser uma tarefa tentadora, principalmente pra nós homens, mas, enfim...
Voltando as faces do fingimento, ele as vezes pode ser bastante doloroso. Tanto pra pessoa que finge quanto pra quem vê o fingimento(as pessoas normalmente se revezam nesses papéis, ou atuam em conjunto). Aquele que vê o fingimento se sente ou traído ou desvalorizado ou que o outro não confia o suficiente nele. O que finge, não é sempre, mas pode se sentir ferido por não ter segurança o suficiente para não fingir. Ou por ser forçado a fingir. É, as vezes você é forçado a fingir, dissimular, esconder um pouco as coisas. Me dizem que sem isso as coisas perdem a graça, mas é realmente doloroso fingir que se sente o que não se sente ou o contrário.


Eu não acho que o fingimento torne as coisas melhores, mas ao que parece sou voto vencido. Não consigo entender como pode ser bom o estado de desconfiança completa pra o qual nosso mundo caminha. As pessoas nunca têm a certeza de nada. Nem mesmo aquela que brota do peito e não da mente. Existe sempre a dúvida se aquele ao seu lado é o que você acha que ele é. Sempre existe a dúvida se os acontecimentos da sua vida são reais ou puro fingimento(porque os acontecimentos das nossas vidas se constroem através de nós e dos nossos relacionamentos).


Esse fingimento e essa incerteza não são coisas recentes, eles vêm de muito tempo. Acho que foi inspirado nisso que Augusto dos Anjos escreveu o poema Versos íntimos e disse:


"Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"


Isso tem se intensificado tanto que hoje em dia as pessoas não desconfiam só do fingimento do outro, mas até do próprio. As vezes elas passam tanto tempo no fingir, que o que são se perde. Torna-se algo que elas nem se lembram mais. Torna-se um grande buraco vazio. 


Se você que me lê não acha que estamos vivendo num mundo assim, pare e faça uma simples pergunta: Será que eu(eu que te escrevo) não passei este texto inteiro fingindo?


Matheus Santos Rodrigues Silva





quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Aquário

Que se encerre toda a poesia!
Que se cale toda a boca vazia
que vomite os meus versos!

Calados! Não lhes dou direito sobre o meu sentir!
Não lhes dou poder algum sobre mim!
Ouçam, pois não vou repetir!
Este marco aqui é um fim!

Não aceito mais promessas;
não aceito divisões
chega de conversas
inúteis, vazias e vãs...

Eu quero ver!
Quero tocar!
Quero saber!
Quero amar!

Também quero deixar...
Não me importar...
Não me acuse de abandono,
eu sou um alguém sem dono!

O que importar eu mostro!
O que eu sentir eu vivo!
Se gosto ou não gosto...
é questão sem sentido!

Não precisas saber de nada;
basta que aceite,
mas se não te agrada
levanta-te e sai, não se deite

na cama de um homem com um plano pronto!
Sinta. Só isso. Já basta!
Depois durma o teu sono,
ou será a tua alma tão casta?

Sou mais do que vê!
Mas que importa?
Se não quer me conhecer,
na saída bata a porta!

Venha e vá. 
Vá e venha.
Aqui, maldade não há!
É só o resultado de fogo e lenha!

E nós vamos queimar!
Até as cinzas!
Tocar fogo no mar!
Olha as luzes! Tão lindas!

Você não me conhece.
Nem mesmo um pouco...
O que sentia, aquela peste...
...jaz morto!

Eu renasço da cinza vadia!
Do suco dos mares da alegria!
Do fundo de meus próprios versos!

Matheus Santos Rodrigues Silva

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Rosenrot - Rammstein



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Sah ein Mädchen ein Röslein stehen
Blühte dort in lichten Hönen
So sprach sie ihren Liebsten an
Ob er es ihr steigen kann
Sie will es und so ist es fein
So war es und so wird es immer sein
Sie will es und so ist es Brauch
Was sir will bekommt sie auch
Tiefe Brunnen muß man graben
Wenn man klares Wasser will
Rosenrot oh Rosenrot
Tiefe Wasser sind nicht still
Der Jüngling steigh den Berg mit Qual
Die Aussicht ist ihm sehr egal
Hat das Röslein nur im Sinn
Bringt es seiner Liebsten hin
Sie will es und so ist es fein
So war es und so wird es immer sein
Sie will es und so ist es Brauch
Was sie will bekommt sie auch
Tiefe Brunnen muß man graben
Wenn man klares Wasser will
Rosenrot oh Rosenrot
Tiefe Wasser sind nicht still
An seinen Stiefeln bricht ein Stein
Will nicht mehr am Fälsen Sein
Und ein Schrei tut jedem kund
Beide fallen in den Grund
Sie will es und so ist es fein
So war es und so wird es immer sein
Sie will es und so ist es Brauch
Was sie will bekommt sie auch
Tiefe Brunnen muß man graben
Wenn man klares Wasser will
Rosenrot oh Rosenrot
Tiefe Wasser sind nicht still

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A sombra de uma escolha X

Ato 04:

Cena 01:

*Prisco em seu quarto. Deitado. Do lado esquerdo do palco. Regina em seu quarto. Deitada. Do lado direito do palco. Luz sobre os dois.*

(Prisco) – Eu só quero estar ao seu lado...
(Prisco) – Eu só quero poder ficar te olhando se arrumar pra sair...
(Prisco) – Só quero poder ficar te olhando sorrir irônicamente...
(Regina) – Eu não peço demais...
(Regina) – Só quero poder ser sua...
(Regina) – Só quero poder fazer parte de você... como você faz de mim...
(Prisco) – Quero sair todos os dias pra te ver naquela praça...
(Regina) – Quero voltar pra casa caminhando com você... sempre...
(Prisco) – Quero ir a sua casa, conhecer seus pais... morrendo de medo de o velho não gostar de mim, mas procurando sempre agradar a sua mãe...
(Regina) -  Quero poder sair de casa as 8. Te esperar chegar na porta... começar a me irritar com tanta demora e depois me sentir aliviada ao te ver...
(Prisco) – Queria poder me deitar com você e esperar o tempo passar...
(Regina) - ... E rezar pra que ele passasse bem devagar...
(Regina) – Queria te ver saindo do banho...
(Prisco) - ... Ver você se olhando no espelho e fazendo caretas por se achar gorda...
(Regina) - ... Reclamando dos meus tapetes... dizendo que ainda vai tropeçar neles... dizendo que não servem pra nada...
(Prisco) – Quero poder te ver dormir...
(Regina) – Ver como meche a boca pela manhã... todos os dias, antes de acordar.
(Regina)- Quero te ver sorrindo...
(Prisco) – E te imaginar sorrindo enquanto caminho... ficando feliz só por isso... só por saber que vocè está sorrindo!
(Prisco) – Quero poder ouvir a sua voz...
(Regina) - ...Enquanto reclama das dificuldades e enquanto me recita uma poesia...
(Prisco) – Quero poder acordar, todas as noites, sentindo um certo incomodo pelo pouco espaço na cama...
(Regina) – ... Abrir os olhos e ver que é por que você está lá!
(Prisco) – Quero sentir o gosto de sua pele... logo depois que volta de um dia difícil...
(Regina) – Poder beijar todo o seu rosto, mesmo quando diga que não quer, só pra que dê aquele sorriso envergonhado e se faça de difícil...
(Prisco) – Quero ver os seus olhos... toda vez que eu me olhar no espelho e te ver olhando também...
(Regina) – Quero poder apertar a sua mão... bem forte! Quando você se sentir fraco...
(Prisco) – Quero estar lá quando as suas lágrimas caírem... Mesmo que não possa fazê-las parar...
(Regina) – Quero estar lá pra enxugá-las.
(Prisco) – Quero ser o seu travesseiro. Quero que se deite no meu peito... vou reclamar e dizer: De novo? Mas vou estar secretamente adorando tê-la ali...
(Regina) – Quero brigar com você! Discordar de tudo que você diz! Só pra você pensar de novo e de novo... por que eu sei que vai, e que com isso vai aperfeiçoar o que pensa... mesmo que não nos falemos por um dia...
(Prisco) – Quero ser o alvo da sua raiva. Quero que todos os problemas que você tem tenham de recair sobre mim... significa que no meio de tanto caos você me vê...
(Regina) – Quero sentir a sua mão gelada nas minhas costas... Quero que me incomode com ela em todas as noites frias...

(Prisco) – Você tem um significado lindo pra mim... É a única coisa em todo o mundo que me mantém preso por vontade...
(Prisco) – Você é a única razão por trás do meu sorriso...
(Regina) – Você é o único que não me deixa falar... e que eu deixo que não deixe...
(Regina) – Você é a única razão pra eu ignorar meus afazeres, e também a única para eu fazê-los...
(Prisco) – Você conseguiu significar tanto em tão pouco tempo...
(Regina) – Você conseguiu brotar em meio ao nada...
(Prisco) – Foi pouco...
(Regina) – Quase nada...
(Prisco) – É tamanho o que pode ser...
(Regina) – Tão grande...
(Prisco) – É tão fácil de acontecer que...
(Regina) - ... Que eu não consigo acreditar que possa realmente ocorrer...
(Prisco) – Você é a prova mais clara da minha fraqueza...
(Regina) - ... O sinal mais evidente de que eu não sou nada...
(Prisco) – Você é a única coisa que me faria parar...
(Regina) – E a única que me faz continuar.
(Prisco) – As vezes sonho com você.
(Regina) – As vezes não.
(Prisco) – Sempre acordo e vejo tudo na minha vida e...
(Regina) – Você sempre está lá...
(Prisco) – Não importa a maneira você...
(Regina) – Sempre está lá...

(Prisco) – Como pode pensar que eu quero ir embora?
(Prisco) – Como pode achar que eu quero te deixar aqui?!
(Prisco) – Eu te odeio tanto por isso! Tanto!
(Regina) – Como pode achar que eu te quero longe?
(Regina) – Como pode achar que eu não te esperaria?
(Regina) – Como pode achar que é melhor pra mim?! Você não sabe o que é melhor pra mim!
(Prisco) – Como pode ser tão teimosa?
(Prisco) – Eu só quero que seja feliz! Eu nunca fui tão cuidadoso com ninguém!
(Regina) – Como acha que eu me sinto?...
(Regina) – Eu nunca pense que faria isso... algo tão idiota!
(Regina) – Esperar você, eu disse... é tão demente, mas... eu não consigo evitar...
(Prisco) – Se você apenas me pedisse pra ficar... eu ficaria...
(Regina) – Se você quisesse... eu iria com você! Eu largava tudo!
(Regina) – Você tem um sonho... você está realizando este sonho...
(Prisco) – Você tem uma vida... e eu só entrei nela pra bagunçá-la...
(Regina) – Não posso te pedir que escolha entre mim e o seu sonho...
(Prisco) – Não posso pedir que abandone a sua vida por minha causa...
(Regina) – Tudo que eu disse...
(Prisco) – Tudo que eu fiz...
(Prisco e Regina) – Foi só pra não te machucar!...

(Prisco) – Seus olhos...
(Regina) – Seus lábios...
(Prisco) – Tudo me embriaga tanto...
(Regina) – É tão difícil de resistir...
(Prisco) – Boba!
(Regina) – Idiota!
(Prisco e Regina) – Não consegue ver?
(Regina) – Enquanto as estrelas piscam e o tempo se arrasta a única coisa que eu quero é você!...
(Prisco) – Você...
(Prisco) – O que eu quero? Do que eu preciso? Eu me pergunto, e é...
(Regina) - ... Você!
(Prisco) – Se você apenas percebesse...
(Regina) – ...Por um segundo, rapidamente...
(Prisco e Regina) - ...Que eu, simplesmente, amo você...
(Regina) – Você não questionaria...
(Prisco) – Você não desconfiaria...
(Regina) – Você não me evitaria...
(Prisco) – Você simplesmente enxergaria...
(Prisco e Regina) – Que eu faço tudo... por você!

(Prisco) – Eu vou fazer isso por que...
(Regina) – Eu vou fazer isso por que...
(Prisco) - ... Maior que minha vida...
(Regina) - ...É este amor...
(Prisco e Regina) – Eu apenas... amo você...

Matheus Santos Rodrigues Silva

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Incerteza

Me diz o que é que eu faço
pra sentir o teu abraço
me envolver e o teu sorriso
vir e é tudo que eu preciso

sentir na hora que me aperta
e me inquieta o pensamento
e passa o tempo
que me leva...

Me diz aonde eu corro, aonde eu grito
se subo o morro ou nem cogito;

se espero o passo
ou passo esperando
por um fracasso
ou um desengano...

Me diz pra onde eu olho
o que eu escuto,
pelo que eu rogo?
pelo que eu luto?

Luto?

Matheus Santos Rodrigues Silva

domingo, 16 de janeiro de 2011

Habeas corpus

O que eu sinto é ultrapassado... 
Na verdade, você nem merece... 
É um misto de dor e agrado 
por um rosto que não se esquece...


Vivemos numa ilusão?! 
Tanto ardor, tanta paixão?! 
Tantas lágrimas... foi tão difícil... 
Meu deus, você é um vício...


Eu não quero mais você... 
eu não quero mais te olhar... 
mas ainda a desejo tanto... 
que o querer só faz voltar...


Trancaste a porta que eu te abria...
E abriste a do calabouço 
do qual a chave jogamo fora... 
joguei eu, na verdade; guardaste uma cópia no bolso...


Mesmo em presença do mar 
tendo o sol por testemunha... 
Vendo atrás de si o luar... 
ouvindo a lira que eu compunha...


Teve dúvidas do que... 
Teve dúvida porque? 
E me pedia sinceridade... 
meu amor, que maldade...


Hoje, sou eu quem duvida 
que algum passo nessa vida 
possa ser dado em certeza...


Só estou certo da beleza 
do que eu sinto e que senti... 
do que falei... do que menti...


Não me entristece a lembrança, 
do que me falou a beira mar 
parecia uma criança... contente só por brincar...


Naquele dia acertou... 
acertou minha amada... 
o tempo passou 
e eu sinto a tua falta...


Mas saiba, meu amor: 
Há pressa no que eu sou! 
Saiba: O tempo corre! 
E é certeza plena de que o amor morre!


Matheus Santos Rodrigues Silva

sábado, 15 de janeiro de 2011

A sombra de uma escolha IX

Cena 03:

*Prisco e Regina se encontram na praça. O mendigo está por perto a observar. Conversam*

(Prisco) – Olá. Como está?
(Regina) – Muito bem eu diria. Respiro poesia! E você? Que me diz?
(Prisco) – Estou bem, eu acho...
(Regina) – Não parece... o que houve?
(Prisco) – Só estou pra baixo...
(Regina) – Pois então cala e me ouve:
(Regina) – Ontem eu pensava em tudo que se passa.
(Regina) – Não pude evitar de me sentir sozinha...
(Regina) – Disse eu pra você, então: me abraça!
(Regina) – E senti que tua presença já era toda minha!
(Regina) – É egoísta, talvez, pensar assim.
(Regina) – Mas é forte demais pra se evitar.
(Regina) – Penso em você perto de mim...
(Regina) – E mais nada pode me afetar...
*Ela sorri docemente, ela sorri docemente...*
(Prisco) – Sinto não partilhar desta poesia...
(Prisco) – Sinto por estar neste tormento...
(Prisco) – Sinto não completar o que dizia...
(Prisco) – Eu sinto... sinto tanto e não enfrento...
(Regina) – Tormento? Não enfrenta? Do que fala?
(Prisco) – Aconteceu algo...
(Regina) – Mas o que?
(Prisco) – Algo que me atormenta...
(Regina) – Mas por que?
(Prisco) – Tinha um sonho e tentei... mandei textos a Lisboa... e agora, enfim, passei...
(Regina) – Mas é notícia boa! Conseguiu! Este é seu sonho!
(Prisco) – É sim...
(Regina) – Então, por que a agonia?
(Prisco) – Exigem-me algo que não queria...
(Regina) – Exigem? Como assim?
(Prisco) – Terei de viajar. Ir a Lisboa, só, pelo mar...
(Prisco) – Apresentar-me aos catedráticos. Prestar homenagem aos velhos homens.
(Regina) – Bem, não é tão dramático...
(Prisco) – Não poderei voltar...
(Regina) – Como assim? Por que não vai?
(Prisco) – Lá vou me formar. As custas destes homens. Depois vou ter de pagar...
(Regina) – Como?
(Prisco) – Lá permanecendo... estudando... desenvolvendo... E o reconhecimento virá...
(Regina) – Mas... mas pode voltar nas férias... pode vir cá as vezes...
(Prisco) – Eu sei que posso... mas não é o que desejo...
(Prisco) – Deixar-te presa aqui por um beijo... que nem sei se vou te dar...
(Regina)- Não! Não diga isso! Não importa!
(Regina) – Eu espero o quanto for! Mesmo que só me encontre morta, estará vivo o meu amor!
(Prisco) – Não diga isso... não merece... És um sonho... não te prendas...
(Regina) – Do que fala? O que quer? Se libertar? É o que pretende?
(Prisco) – Não! Nunca! Eu só não quero que sofra...
(Regina) – Vai a Portugal... quer estar livre não é? Quer curtir a vida! Me deixar, não é?
(Prisco) – Não... Jamais... eu só não quero que sofra...
(Regina) – Acha que eu sou idiota? Eu devo ser... O que eu fiz pra merecer?
(Prisco) – Regina, não... não faça assim... o que eu sinto não tem fim... Eu só não quero que sofra...
(Regina) – Pois então chega. Vá embora. Se decida e me informe.
(Prisco) – Como assim? Vamos falar...
(Regina) – Não posso... precisas decidir... por si só... não mais me ouvir...
(Prisco) – Mas...
(Regina) – Vá...

*Tudo escurece; Ambos somem da cena*

Matheus Santos Rodrigues Silva

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A sombra de uma escolha VIII

Cena 02:

*Prisco sozinho; Passando pela rua; Pára na frente do mendigo; É abordado por um amigo*

(Prisco) – É inacreditável a minha sorte.
(Prisco) – Belo se trilhou o meu caminho.
(Prisco) – Agora não temo mais nem a morte!
(Prisco) – Venha o que for pois não estou sozinho!
(Prisco) – Ora, quem vejo chegando.
(Prisco) – Se não é o meu amigo louco, insano.
(Prisco) – Que até mesmo o nome não ouso pronunciar.
(Amigo) – Ora, qual! Você e suas gaiatices!
(Amigo) – Sou excêntrico não louco.
(Prisco) – Cuidado com o que dizes...
(Prisco) – Excêntricos são ricos e tu ganhas pouco.
(Amigo) – Vejo que seu bom humor se elevou...
(Amigo) – Qual teu motivo? Achou outro amor?
(Prisco) – Outro? Não entendo. Outro amor nunca tive.
(Amigo) – E enquanto a filha dos Boleno?
(Prisco) – Cosia de pele... eu já te disse.
(Amigo) – Mas diga lá, quem foi que achaste?
(Prisco) – A senhora augusta de meu coração!
(Prisco) – Cujo símbolo amado é o punho, a mão
(Prisco) – Fechada ela estava, e abriu-se a ela...
(Prisco) – Ascendeu-se esta vela no calabouço...
(Amigo) – Mão? Calabouço? Vela? Bebeste?
(Prisco) – Esqueça cadete... Não vais entender...
(Amigo) –Tente me explicar!
(Prisco) – Em verso... só em verso consigo expressar.
(Prisco) – Essa chama, veemente labareda que me fascina.
(Prisco) – Vem de uma fonte linda... o peito de uma menina...
(Prisco) – Beleza plena, em alma e em medo. E coragem para tê-la. Principalmente.
(Amigo) – Você está drogado... só pode ser.
(Prisco) – Só estou fascinado! De amor de saber!
(Amigo) – Saber? Que saber?
(Prisco) – Saber enrustido. Preso em meu peito, seta de fogo amigo.
(Prisco) – Libertou-me das cordas, soltou as amarras. As vistas... tão claras, serenas, tão lindas!
(Amigo) – Meu caro, piraste! Mas ainda é poeta! E é isso que importa. Preciso falar-te.
(Prisco) – Poeta? É só um título. Isso que é que não importa. Me fale, me conte.
(Amigo) – Os letrados de Lisboa. Leram seu escrito.
(Prisco) – Que notícia boa! E da boca de amigo!
(Amigo) – Pois é, tu tens sorte. É o novo favorito. Lhe exigem em Portugal, serás famoso, meu amigo!
(Prisco) – Eu consegui? Está vivo o meu sonho?
(Amigo) – Vivo e chorando! Recém nascido e pomposo.
(Prisco) – Oh! Que roupa eu ponho?
(Amigo) – Algo bem vistoso.
(Amigo) – São catedráticos e tradicionais. Apreciam o novo, mas só o velho lhes satisfaz.
(Prisco) – Poesia, poesia... poesia dourada. Ela não é vazia e não pode ser categorizada!
(Amigo) – Já conheço esse papo, mas sucesso vai ter! Se aquiete um bocado e o teu nome irá crescer!
(Prisco) – Tudo bem, eu aceito. Para quando é o vôo?
(Amigo) – Não é vôo é navio.
(Prisco) – Por que não avião?
(Amigo) – São excêntricos, amigo.
(Prisco) – Como não... como não...
(Prisco) – Onde me hospedo? Quanto tempo fico?
(Amigo) – Aí que está, se tiveres sucesso, não vais mais voltar.
(Prisco) – Como não? Eu sou livre!
(Amigo) – Claro que é! E pobre também.
(Prisco) – Isso não me convém...
(Amigo) – Vou bater-te! Não me obrigue!
(Prisco) – Como posso partir? Essa é minha terra!
(Amigo) – Nunca gostou daqui. De viver nessa guerra!
(Prisco) – Mas achei minha paz...
(Amigo) – De novo esse papo?
(Prisco) – Eu a amo, rapaz!
(Amigo) – É só paixão, só estado!
(Prisco) – Não é simples estado! Eu a amo de fato!
(Prisco) – Não é passageiro, nem papo, eu a amo, idolatro!
(Amigo) – O que achas que isto aqui significa? É um teatro, uma comédia, é passageiro! No palco tudo passa e nada fica! É assim que vai e some o mundo inteiro!
(Amigo) – Segunda, parte o teu barco.Até lá, terás de escolher.
(Amigo) – Perseguir seu sonho do outro lado, ou buscar teu amor e nessa guerra viver.
(Amigo) – Mas eu digo, amigo, escolhas bem! É uma chance única e muito grande!
(Amigo) – Aquilo que tens hoje, amanhã não tem! E a cada dia teu sonho está mais distante...
(Prisco) – Viver, eu, de poesia... mas sem ela?
(Prisco) – Como posso deixar um sentimento...
(Prisco) – Que bem rápido matou o meu tormento?
(Prisco) – Devo eu lançar-me ao mar e fechar a cela?...

*Fim da cena 02*

Matheus Santos Rodrigues Silva

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pour Elise

Das vagas do mediterrâneo
surge a silhueta de um anjo sublime;
Dona de um ser tão humano
e de um sorrir que até mesmo oprime

por seu encanto...
Tez morena das mulheres do Midi...
alma serena, passo triste;
Olhar cortante do desengano...

Deus, que olhar insano!
Voz em descompasso, de afinação inventada;
Mulher de semblante casto, mas em mistérios ornada...
Qual o teu plano?

Bem vinda a esta terra, estrangeira...
Prometo mostrar-lhe o lugar;
Antes de partir , apresento-te a esta gente inteira!
Contanto que prometa voltar...

Matheus Santos Rodrigues Silva

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Marinheiro

Sombra etérea...
Vaga amarga de um mar antigo...
Apagou-se mais uma quimera...
Abatido fui por fogo amigo...

Alma... Reduto final de minha crença...
Não se inquiete mais.
A verdade pura já lhe satisfaz...
O devaneio puro é algo que não compensa...

Navegar... Errante nesse mar de mundo!
Procurando, meu deus, por um rumo,
mas nunca por amar...

Ah, mar... Já te perguntei sobre quantos amares
eu lançaria de meu canto pelos ares
e tão ligeiro foi que descobri...

Navega-se por ouro...
Navega-se por glória...
Não por amor...

Do mar se faz choro...
Do mar se faz história...
E se colhe dor...

No mar não se tem certeza do amanhã.
Só se conhece o hoje.
Qualquer quimera futura é vã...
Qualquer cultura é podre...

Ah, mar...
Agora me lanças um desafio...
Pois hoje não mais confio...
Nisso que se diz amar...

Matheus Santos Rodrigues Silva

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O libertino II

Sem cor, sem nada...
Quero só a sensação...
Ah... o gosto da madrugada...
Teu seio envolto em minha mão...

Escala as pedras de meu corpo
repousa sobre o colo ameno
vem e satisfaz o meu gozo
meu sussurrar será pleno!

Dance sobre as minhas vestes
é do calor e do suor de que eu falo
as outras já estão entregues
faça algo do meu agrado!

Vamos, mostre que é mais que isso!
Me excite! Me entreta! É isso que eu quero!
Roubar teu sono e teu sorriso!
Consumir teu corpo é que eu espero!

Grite ao meu ouvido...
Entretenha-me com o ritmo... com teu compasso!
Dê-me o seu suspiro...
Envolva-me em teu abraço!

Não me beije...
Não agora!
Só se deite...
Entregue teu corpo e vá embora!

É elegante esse viver.
É mais que um simples sentir passageiro.
É diferente a cada amanhecer...
pois nunca te provo por inteiro...

Quero teu sentir! A dor que te provoco!
Quero toda dimensão da sua luta...
Quero o grunhir que eu toco!
Te quero puta!

Matheus Santos Rodrigues Silva

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

I still haven't found what I'm looking for - U2



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I have climbed the highest mountains
I have run through the fields
Only to be with you (2x)
I have run I have crawled
I have scaled
These city walls (2x)
Only to be with you
(2x)
But I still haven't found
What I'm looking for
I have kissed honey lips
Felt the healing in her fingertips
It burned like fire
This burning desire
I have spoke with the tongue of angels
I have held the hand of the devil
It was warm in the night
I was cold as a stone
(2x)
But I still haven't found
What I'm looking for
I believe in the Kingdom Come
Then all the colors will
Bleed into one (2x)
But yes I'm still running
You broke the bonds and you loosed the chains
You carried the cross
And my shame (2x)
You know I believe it
(4x)
But I still haven't found
What I'm looking for

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Nada

Tufão! Monstro dos mares! Inaudito moribundo das profundezas! Engula!
Engula todo sinal de vida e de morte! Deixe o nada! Firme e forte!
Nada... nada... nada sem rumo nesse mar de angustia! Nada pra chegar a lugar nenhum! Nada pode fazer! Nada!
Inferno! Estanque maldito! Chaga amaldiçoada! Desgraça colhida!
Inverno! Estação tão bela... compuseram pra ti coisas tão lindas!... Esqueça!
Mar! Engula isso tudo em teu beijo sublime! Afunde a barca! Maldita barca!
Marinheiros! Água no barco! Água no barco!

Paz...

Please - U2



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Please - U2


So you never knew love
Until you crossed the line of grace.
And you never felt wanted
Till you'd someone slap your face.
So you never felt alive
Until you'd almost wasted away.
You had to win, you couldn't just pass
The smartest ass at the top of the class
Your flying colours, your family tree
And all your lessons in history.
Please, please, please
Get up off your knees.
Please, please, please, please, oh yeah.
And you never knew how low you'd stoop
To make that call
And you never knew what was on the ground
Till they made you crawl.
So you never knew that the heaven
You keep you stole.
Your Catholic blues, your convent shoes,
Your stick-on tattoos now they're making the news
Your holy war, your northern star
Your sermon on the mount from the boot of your car.
Please, please, please
Get up off your knees.
Please, please, please
Leave me out of this, please.
So love is hard
And love is tough
But love is not
What you're thinking of.
September, streets capsizing
Spilling over down the drains
Shard of glass, splinters like rain
But you could only feel your own pain.
October, talk getting nowhere.
November, December; remember
We just started again.
Please, please, please
Get up off your knees, yeah.
Please, please, please, please, ah.
So love is big
Is bigger than us.
But love is not
What you're thinking of.
It's what lovers deal
It's what lovers steal
You know I've found it
Hard to receive
'Cause you, my love
I could never believe.

Homem ao mar

Homem ao mar!
Homem ao mar!
Um tufão voraz esconde o lume que inebriava nossas vistas com a última fagulha de esperança!
O gume mortal da faca espiral nos retalha a alma como se fosse papel ensopado!
Homem ao mar!
Homem ao mar!
Gritos inúteis! Quem vai buscá-lo em meio a tempestade?
O vórtice aumenta o buraco do céu que se reflete no mar e draga todo ser vivente num chupão de morte!
Abraço cruel têm as ondas!
A maré em vazante leva todo o corpo ao fundo! 
É preciso força pra resistir...
É preciso voz pra poder gritar...
É preciso muito pra crer que algo será feito além do simples dizer: Homem ao mar!

Matheus Santos Rodrigues Silva

Se não falas


Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

A manhã certamente virá,
A escuridão se dissipará, e a tua voz
Se derramará em torrentes douradas por todo o céu.
Então as tuas palavras voarão
Em canções de cada ninho dos meus pássaros,
E as tuas melodias brotarão
Em flores por todos os recantos da minha floresta.

Rabindranath Tagore