quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O tolo e o poeta/ O tolo é o poeta

A poesia e o tempo. Dois inimigos que não se bastam e não se vencem.
Criaturas criadas pela vileza humana e pela paixão da natureza.
Entidades ocultas que se combatem.
Ambos marcas de saudade e tristeza.

O poeta enfrentou o tempo pelo amor de uma mulher;
motivo tolo?... talvez...
Ela não era uma qualquer;
parecia, o poeta, estar amando outra vez!

Horas, dias e anos enfrentaram letras, palavras e frases.
Sentimentos dos mais humanos cravaram seus dentes sobre a eternidade!

Beleza vil tem a poesia... sedução podre tem o poeta...
“Não cobiçarás a mulher do próximo”, disse o senhor.
Mas os poetas não seguem as leis de deus
nem das rimas de sua própria poesia!

Venceu!... Venceu?
Palavra vazia... não expressa nada...
Momento curto que se perdeu...
Ilusão alcançada...

Há tanto tempo foi... mas ainda me lembro!
Do floco de inverno e não da flor de setembro!
Conquistas...

A ilusão da poesia foi achar que vencia o tempo.
Ele se impôs como um nobre em sua toga.
Reto. Perfeito até mesmo em pensamento.
E forçou a poesia a ir embora.

Cruel despedida... um sentimento tão puro e tão lascivo...se anulam? Não acredito...

E o tolo?... Onde está afinal?
Parado. A espera do fim.
Ele não pertence nem ao bem nem ao mal.
Não precisa do não nem do sim.
Basta-lhe o talvez...

E ele entrega o perdão.
Àquela que deu à lasciva poesia a chance de sentir
e que dela tirou todo o sonho do por vir...
Ele a entrega o perdão...

O tempo derrotou a poesia.
Ele passa... ele sopra... ele vence!
Deixa em seu rastro a nostalgia
e os restos de um amor demente...

Quem é o tolo?...

2 comentários: