sábado, 2 de outubro de 2010

Trono vago

                
Deusa intangível, onde estás?
Procuram-te em toda a imensa terra;
buscam-te há tempos ancestrais;
por ti todo o mundo entrou em guerra!

Que imagem é essa que se mostra?
Que falsa figura se anuncia?
É uma cópia desastrosa!
Inerte, morta... tão vazia...

Não é você, oh deusa adorada!
É alguma farsa usurpadora!
Essa dama nem ao menos fala!
É insossa, fraca, é tola!

Onde está você? Me diga!
Em que tempo esqueceu-te a sorte?
Onde está a tua mão amiga?
O teu pensar e o teu discurso forte?

Essa mentira tem que parar!
Por que o mundo se cala?
Não podemos aceitar
uma líder que nem fala!

Dois bilhões a rastejar.
Poucas dezenas a beber
a glória de ali estar,
a alegria de poder ser

os que têm voz e tem valor;
os que decidem pelo mundo;
Sem ninguém pra se opor
além de um pobre vagabundo...

Ao vagabundo prometeste
que este falaria
e que não importava o interesse,
o mundo todo ouviria!

Deusa, noiva prometida,
ninguém questiona a tua falta.
O mundo passa pela vida
e pela vida é que se acaba...

Estamos todos calados
Afundados em letargia;
preciso-te em meus braços...
Onde estás democracia?

Matheus Santos Rodrigues Silva

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