Corre o tempo que te cerca;
apaga a luz da noite imunda
é sacro o vento, vem e leva
a sorte em que o amor se afunda!
Palavras de um sentir escuso
olvido foi na própria morte;
velado o corpo, um intruso
perdido ao sul... perdido ao norte...
Veneno, reles suco de nada;
apaga e encerra o que não se pode pensar;
apaga a luz... simplesmente apaga...
é simples, é rápido, é fácil provar...
Livre chaga de febril açoite;
escara de um caminhar insano,
vil, senil, pueril, humano
estalar de línguas no murmurar da noite.
Sagrado manto que eu te tiro agora
e atiro e volto, está tudo lá fora...
Esquece e tece o que te chama
o ninho, o calor, o vento, a cama...
Não lembra, é nada, é fogo, é gozo
É tempo que olvida a voz e o vento é tanto
que expele a forma de maior encanto
e eu fito e eu olho aquele rosto...
E é tão cruel de se pensar...
o tempo insano não vai voltar...
é beijo, é toque, é um pensar que espanta
e vem e volta e a loucura é tanta!
;
Não lembra como, onde e porque
remete a fonte, remete a você!
E o sono vela pelo maldito...
é o corpo dela aqui já despido...
Doce mormaço desse pensar confuso;
esquecida lágrima que em vão bebi;
eu te digo, amada, se puder me ouvir
lhe prometo amor... um amor tão sujo...
Lhe prometo agora e isso é tão fácil;
é tão simples dizer pra te ter pra mim;
é mentira? não sei... acredito que sim...
Lhe prometo amor, meu amor tão falso...
Entregue-se ao toque que não pode evitar
se puder... eu errei... mas não sou eu de errar...
vire-se... deite-se.... dispa-se ao meu mundo!
olhe em meus olhos... olhe bem fundo!
Diga o que sente
me diga o porquê!
Me assombre e me atente!
Me diga: O que vê?
Matheus Santos Rodrigues Silva
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