segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vem

Roda a rosa do tempo a me mostrar vistosa
a força do vento, dessa brisa gostosa
que leva meu corpo e o meu pensamento até você...

Um instante conhecido, mas sempre novo
um beijo vivido e outro e outro...
O desejo, a libido, é tudo um pouco
a se repetir, de novo e de novo...

Por que não me canso?
Por que não se cansa?
Perguntas inúteis...

De um lado a luz assistia a beleza concreta de um sentir de dois donos;
um construir de um mundo novo que só pertence a nós...
O unir de duas almas serenas e sós... sós uma vez... sós pra não mais... sóis...

A luz astral descia lentamente por entre os véus alvos do céu...
Se escondendo envergonhada por ter própria beleza superada...

Libertou seus últimos raios no engrandecer do crepúsculo amarelo e rosado...
Libertou seus últimos raios com a liberdade desse sentimento...
Libertou seus últimos raios num céu já tão claro
pela força de um deus e o fim de seus lamentos...

Desceu o astro incandescente enquanto ascendia do outro lado a dama da noite.
Nua no mais puro dos cantos do céu, ela se pôs a olhar o espetáculo humano.
Tentando competir com a beleza do ato... em vão...

Entre o nascer e o morrer dos astros, tantas palavras...
Importa que o sol nasça? Importa que importe?
Por que ninguém liga?...

O toque macio deu a deixa pra o mais intrincado conjunto de sensações possível...
Uma cadeia aberta... Um não estar preso por vontade, mas voando! Livre!
Voando com meu amor em minhas costas! E não pensem que pesa! Na verdade deixa tudo mais leve! Deixa tudo mais fácil!

Alguns podem dizer: Voem até o horizonte! Mas eu digo: Já estou lá! Em cada canto frio ou quente em que repouso ou ando ao lado dela... cada canto é o horizonte! Nosso horizonte!

Medo. Medos passados... Esquece deles, musa... esquece...
Segura minha mão. Aperta firme que eu não vou te soltar!
É real. É de verdade. Esse sentir pode existir da forma linda que existe. Você não vai acordar desse sonho... Sonhos são meros projetos do quão linda pode ser a realidade...

Sou eu. O poeta. O libertino. O náufrago do vinho. Aquele que se encantou por teu olhar único.
Sou eu. A outra metade do deus antigo. Separados por trovões.
Sou eu. O anjo caído com uma missão que custou tanto a cumprir...
Sou eu. Aquele que viu e ouviu o mar tocar o céu. Que viu o céu refletir o mar e ser invadido por suas ondas para que pudesse crescer o suficiente para comportar todo esse sentimento...
Sou eu. O que sonha...

Vem comigo! Segura minha mão e anda! Como nos muros da barra, onde passamos com as vagas do mar por testemunhas...

Um comentário: