sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pra não dizer que eu não falei das flores - Acordem!



--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Temos a história na mão e nos recusamos a mudá-la. Não é a história dos pobres. Não é a história das classes menos favorecidas e oprimidas. Não é a história do outro. É a nossa história. Se somos a geração que diz: "Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: de morrer pela pátria e viver sem razão" somos aquela que não morre pela pátria e continua a viver sem razão.

Nos recusamos a assumir a responsabilidade por nossas próprias vidas. Não se trata de assumir uma responsabilidade social. Não se trata de assumir uma responsabilidade política. Nós nos recusamos a assumir a responsabilidade pelo nosso próprio destino e nos frustramos com as consequências. A culpa nunca é nossa. A culpa é sempre de um alguém; um alguém distante que não sou eu nem você e nem ninguém próximo o suficiente pra discordar de você e lhe atribuir a culpa.
Com certeza seremos a geração que vai morrer mais tarde e isso não significa que seremos a geração a viver mais.

Muitos daqueles que passaram também se recusaram a tomar nas mãos a responsabilidade pela própria vida e eles sempre foram os nossos exemplos. Nos justificamos com os fracassados, com os que não tiveram força e dizemos: é humano...

Nós nos subestimamos. Talvez por baixa auto-estima ou talvez por pura preguiça, não sei. O fato é que nos recusamos a admitir que podemos por que se o fizermos ficamos moralmente tentados a tentar e se tentarmos e falharmos... será uma decepção... e nós não suportamos decepções...

Nós estamos cada vez mais nos recusando a assumir a responsabilidade por nós mesmos e quem dirá sobre os outros. Temos medo de nos conhecer. Queremos aquele amor perfeito, aquele sonho, aquela vida bonita, mas não queremos construir. As vezes não queremos relacionamentos grandes. Dão trabalho e podem trazer decepções. Imagine construir algo lindo ao lado de alguém e depois de anos ver tudo desmoronar? Imagine você que o amor acaba... Imagine viver com toda a intensidade que você pode algo lindo por alguns instantes e ter a possibilidade de que isso não dure... imagine a tragédia de saber que o mundo não é perfeito... Imagine pior! Imagine saber que a culpa é sua! Imagine saber que você é responsável por tudo aquilo que cativas e é responsável pelo seu próprio destino... imagine pensar que você pode fazer tudo ou nada e ser feliz... imagine que você tem que escolher...


Temos medo de sofrer. Buscamos sempre o caminho menos penoso mesmo que ele nos leve aos sabores menos doces. Não importa se não é mel, importa que é doce. Não precisa ser a fruta mais gostosa, contanto que tenha gosto. Não precisa ser o pote no alto da prateleira, que você poderia até alcançar, mas ia dar muito trabalho, basta que seja um pote. 

Tudo tem dois lados ou até mais. Tudo tem a possibilidade de dar certo e de dar errado. Tudo pode ser horrível ou muito belo. Por que sempre olhar para o demônio na estátua?

Nos orgulhamos tanto em existir... todos existem... até mesmo uma pedra existe. O existir foi imposto a nós; não é motivo de orgulho.

Quando nos recusamos a tomar as rédeas da nossa própria vida é como se morressemos. Quando nos recusamos a dar o máximo de nós para conseguir o máximo que podemos, se caracteriza um desperdício pois a vida não vai voltar. Você nunca vai ser tão jovem quanto é nesse instante. Nunca mais vai ter tanto potencial quanto tem agora. Não importa se você tem 89 anos; no ano que vem terá 90...

A vida é feita de falhas e acertos. Derrotas e vitórias. Felicidade e decepção. Só queremos os acertos, as vitórias e a felicidade. Todos nós queremos. Eu quero, mas um certo aviador escreveu uma vez: "Eu tenho que suportar algumas lagartas se quiser conhecer as borboletas". 

Por fim eu digo: queremos muito amar as rosas. Pois saibam que quando se ama algo, se ama todo o algo. Não se ama apenas o perfume, a cor, a maciez ao toque. Se ama as folhas, se ama as raízes e também os espinhos.

Matheus Santos Rodrigues Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário