segunda-feira, 14 de junho de 2010

Síndrome de Estocolmo

Não mais... não mais...
Não vou reclamar...
Não há mais motivos...

I
Deixe vazar toda força que segura;
toda ira que sustenta;
deixa vazar esta aura pura,
esta esperança que me alenta...

Eu sei o que eu disse, mas não...
eu volto atrás... eu volto...
o que eu disse foi sem noção...
por favor... eu te imploro!

Eu mereço... eu mereço... eu mereço sim!
Não há mais culpados, fui eu quem errou...
Me perdoe, eu te peço! Não me ponha um fim...
Não diz isso... não diz... não diz que acabou...

II
Nós podemos voar! Além da linha do tempo!
Sentir nossos passos a cada segundo!
Só de pensar nisso eu já não aguento...
Eu perco meu norte... eu perco meu rumo...

Somos dois peregrinos perdidos pra sempre...
Somos duas palavras ditas juntas...
Somos marinheiros valentes!
Navegando em águas profundas!

III
Se ira! Exacerba tudo que sente!
Atira! Pois merece este peito demente!
Verta o meu sangue! Consuma o meu ser!
Eu quero que se manche pra nunca mais esquecer!

Juntos somos grandes e essa é a nossa sina!
Não consegue ver?.. Por que não consegue?..
Sua frieza... sua calma... me alucina!
E esse teu ar só alimenta a minha febre!..

Essa vaga chance de sorrir é tão injusta...
Pois eu choro... devias chorar...
Uma lágrima só, o que custa?
Uma só me faria parar...

IV
Por que quer isso?
Estamos condenados!
Eu corri tantos riscos
só por teus abraços...

Por que quer ir se eu não quero deixar?
Quando mudou nosso querer?
Em que buraco caiu o nosso amar?
Como que foi perecer?..

Eu sinto tudo isso dentro de mim... tão forte...
Não basta me punir?! Por que ir embora?!
Queria esquecer-te, mas não tenho esta sorte...
O que quer que eu faça agora?...

Se é o que quer, deve fazer...
Se é mais feliz, tem de ir...
Mas não me peça pra te conceder
a graça de me ver sorrir.

V
Não! Por favor!
Desculpe... eu não quis ser assim...
Foi só um momento de pavor,
não vai se repetir; confie em mim!

Se precisa disso, então se vá.
Só prometo que não vou te esquecer...
entenda, é muito pra se lembrar...
é muito pra deixar morrer...

Por você eu aguento, a você eu permito...
Parta o meu coração... ele é seu...
Faça tudo que quiser, mas eu aviso:
A metade de um homem jamais venceu!

VI
Eu sei que me machuca, que me fere,
mas assim é o amor: uma clausura.
Uma síndrome que rápida te esquece
e que provavelmente não tem cura.

Escapar, jamais...
nunca soltar...
Estão perdidos...

Matheus Santos Rodrigues Silva

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