sábado, 21 de agosto de 2010

Tela de vidro

Forças que não me esquecem, eu vos suplico...
Mãe amada, amor que chama, eu te suplico...
Pai amado, calor da chama, eu te suplico...
Amores... amores que crescem, eu vos suplico...

No auge de minha febre eu peço, eu rogo...
Pelo fim de algo que eu não quero que acabe...
Forças deste mundo, eu vos imploro!
Acabem com esta paixão que me invade...

Esquecimento vil, graça a mim negada;
É tão cruel assim que não me acalma?
Mão solene que me ama...
Voz desgraçada, por que me chama?...

Eu sei o que é sangrar!
Eu sei o que é morrer!
Eu não consigo fazer isso!
Eu não consigo!
Desde que te conheci...

Expressão voraz de minha paixão,
És apenas o amor que eu sinto...
Escara em meu coração...
Verdade que eu tanto minto...

Possibilidade que não é...
Chance desperdiçada...
Despedida de um galé...
Aos mares foste atirada...

Veneno que me domina;
Mal que me avilta o ser;
Eu tenho mesmo uma sina...
Fadado estou a não esquecer...

Podridão em minha alma;
Câncer que me destrói;
Mácula... mácula amarga...
Sangue meu, que me corrói...

És a cura para o meu veneno...
E a culpada por me envenenar...
És o alicerce puro e pleno...
Em que insisto em segurar...

És enfim, de toda sorte...
A mancha mais pura...
A chave da minha morte...
És o veneno e és a cura...

A mortalha que agora visto,
Eu dispo logo ao te ver...
Esse sentir em que eu tanto insisto
É pro meu bem... pro meu viver...

És a escolha que eu fiz.
A decisão que eu tomei.
Se não podes ser, me diz...
Assim, calado eu morrerei...

Não me pense um suicida...
Romântico sim, eu sou.
Me despedi de uma vida
a cada amor que se acabou...

Se for pra perder você,
me diz e eu acato.
Pra nunca mais te ver,
como um ser lindo e tão amado...

E assim eu seguirei
com mais uma morte nas costas.
Outra morte minha, eu sei,
talvez vitórias... talvez derrotas...

Mas se sentir aquilo de que tanto me falou
aquilo que me deu, onde sorriu e onde chorou,
não deixe que se acabe...
Não deixe que se perca... não deixe que se mate...

Forças que me esquecem
Façam cochilar,
Os sentimentos e as preces;
É melhor dormir... e não matar...

Matheus Santos Rodrigues Silva

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