sexta-feira, 14 de maio de 2010

Tudo por causa de um filme

Eu não sou daqui. Sou, com toda certeza, de um tempo diferente. Vim de um lugar onde as moças se encantavam com os rapazes e os rapazes se encantavam com as moças tão timidamente. De um tempo onde esses mesmos rapazes ensaiavam inúmeras formas de pedir aquelas mesmas moças em casamento e estas se emocionavam profundamente com o pedido. Não pelo recato ou pela convenção, mas pela infantil beleza destes atos.Infantil. Em alguma época não o pude ser. Se existir reencarnação, eu fiz parte da alta sociedade. Não pelo dinheiro ou por achar que assim pareço, mas por não suportar as convenções nessa vida aqui. A outra deve ter me saturado disso. Voltando a beleza infantil, me divido ao olhar ao redor e gostar desse tempo. Me divido pois tenho um pouco de saudades da outra. A sociedade era muito chata e cheia de horrores, preconceitos, atrasos de pensamento... Mas tinha lá sua beleza. As vezes eu penso que sou de outro tempo inda diferente deste que citei. Penso que sou de tantos tempos... Muito nesse tempo me entedia e me cansa, mas muito me alegra, me faz sorrir. Eu sou de tantos tempos mortos e moribundos e de tantos por vir... Agente avança, tenta melhorar, tenta evoluir e corrigir os erros do passado. Os homens e mulheres do passado tinham que ser do passado, nem mais, nem menos. Era um erro... Hoje temos que ser homens e mulheres de hoje. Sempre. Nada mais, nada menos. Agente não pode gostar de tudo? Agente não pode ser de um tempo em cada tempo? Adoro a liberdade e até mesmo a fugacidade e objetividade das relações de hoje e acho tão bonito o amor infantil , o nervoso, a espera... Por que essas coisas têm que se anular? Os séculos passados eram e aceitavam apenas o seu momento. Um erro do passado. Estamos avançando tanto... quebrando tantas barreiras e preconceitos. Talvez sintamos tanta falta dessas coisinhas mesquinhas que acabamos por sentir a necessidade de criar outros no lugar. Estamos evoluindo...

Um comentário: