sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Janela

Olho pela janela do carro e vejo galopando as vias da dor, àqueles a quem deus, em seu infinito amor, esqueceu.

Aqueles que como eu
não rezam ao senhor,
mas não por esquecimento,
mas por não conhecimento de Deus ou seu amor.

Olho pela janela do carro e me deparo com um alguém
mais um que anda, mais um menino no meio de cem.
Ninguém.

Passo meus passos pensando piedosamente: Por que?
Quem sou eu para sentir pena deles?

Olho pela janela do carro. Essa janela que me separa desses ninguéns tão diferentes.
Volto meu olhar para a frente, para a pista, em diante e me deparo com um deles que parado aguarda o som do carro. Desvio, encontro o poste e o menino... o dano ao poste vai me sair mais caro...
Paro, saiu do carro. Observo. Ele está vivo.
Ele sangra e me olha nos olhos, aponta para minha testa... ela também estava sangrando... quem diria... sangramos igual!

Matheus Santos Rodrigues Silva

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