terça-feira, 30 de março de 2010

Discussão

Discussão

Então é esse o castigo que me destes?
A punição por maldizer o teu escrito?
Negar tua palavra foi meu grande delito,
ou será que foi deixar de lado as minhas preces?

Me deste algo que apreciam como um dom,
que felicitam e admiram pelo ser,
uma mortalha travestida de canção, um doce som,
que gota a gota vai tirando o meu viver...

Dizem ser boa a minha glória, quanta sorte!
Dizem ser lindo o que eu faço, como é belo!
Mas me agrada não fazer, ah como eu quero!
Deixar de lado...assim de ser...deixar a morte...

Me castigaste então, me fez um desgraçado!
Que na dor, desdobra lira que encanta!
Me impuseste a carregar imenso fado,
por negar, eu, a sua escrita santa!

Mortal eu sou, não nego e desafio,
se me odeia então me atira no tormento,
me faz sumir ao toque do primeiro vento,
mas não me obrigue a aguentar esse vazio!

Eu nego a dor à qual te acusam, isso é mal?
Nego o tormento que te dizem ter causado,
nego as mortes que a ti remetem, irreal!
nego que matas o que juras ter amado...

Esse é meu erro? É meu pecado? Então que seja!
Mande-me a dor, mande o tormento e a palavra!
Não vou calar, mesmo que ninguém ouça ou veja,
não vou parar...mesmo na sorte amarga...

Mande o que tens, vem! Me destrua! Eu quero ver!
Se és poderoso e cruel como no livro, vem mostrar!
Me jogue pragas, derrube os céus, levante o mar!
Eu não me esqueço como era bom amar você...

Matheus Santos Rodrigues Silva(públicado em:http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1890930 - em 27/10/2009)

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