De longe a mirar sem pressa,
via o sol se deitar preguiçoso
deixando-me com a promessa
de no outro dia estar lá de novo!
Sol se põe, se levanta;
E eu creio eu ti, sim eu creio!
Vejo-o em meu sonho e a alegria é tanta
que chega dá um receio...
É besteira, é bobagem!
Tenho em ti o meu sonho!
Tenho em ti a verdade
E um dia risonho!
Vejo então que me engano...
Não. Me engana você.
Não foi parte do plano?
Como faz pra esquecer?
Deu-me um tiro cruel...
Degradou minha história...
Entre abraços e beijos
revelou-se a escória
que vagueia no tempo
a roubar de uma mente
o melhor pensamento
do mais inocente...
Sem ressentimento...
Mentiu. Escondeu.
Prometeu. Me traiu...
Que tipo de homem é você?
É difícil, eu custo a crer...
Por que não só as idas e vindas?
É tão assim esse mundo...
Eu tinha lembranças lindas!
Uma certeza e um rumo!
Você matou a bobagem
que me fazia sorrir...
Que ato sem coragem...
Me privar de sentir...
Não bastava ir em bora?
Doeria tanto...
Sentiria medo,
desaguaria em pranto,
mas não sentiria agora
o amargo que deixa
o esquecimento de outrora.
Não teria nenhuma queixa,
só queria a história...
Não foi só apagar...
Foi cuspir, foi sujar...
Destruir e borrar
nosso livro de tempo...
Por que tanta maldade?
Por que ferir tanto?
Pensei que me amasse...
Não mensurei quanto...
Golpeaste a beleza...
A alegria, a candura...
E mostraste a vileza
pra me encher de amargura...
Maldição! Vá pro inferno!
Não concedo-lhe esse agrado!
Não te quero por perto!
É verdade, pois sim...
Todo amor é tortura...
Agora eu sei: é assim!
Uma doença sem cura!
Então me previno!
A recaída é mortal...
Fujo dela, a evito
com temor irreal!
Miro triste o horizonte...
Miro triste uma porta...
Uma janela ou uma ponte...
No fim, que importa?
Eu só miro adiante...
Machucas-te o meu peito...
Me fez duvidar...
Mas mesmo com teu mau jeito
não conseguiu destroçar
nem o meu sorrir...
Nem o meu mirar...
Olhe!
Matheus Santos Rodrigues Silva
*Dedicado a uma moça que mira, mas não olha* =]
*Dedicado a uma moça que mira, mas não olha* =]
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