sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Amor

Nos sentamos para conversar
Eu, mudo, de um lado da mesa
Você do outro lado do mundo
E era possível ver o seu sorriso
Dizendo entre dentes “sou tua!”
Mas sem coragem pra ser nada
Menina que se envergonha nua

Era a beleza que contava por ali
Cavalo que só se olha os dentes
Que limpos valem muito, menos!
Se é cavalo dado por vil presente
Bicho que só presta a roer o feno
E eu queria era cavalgar... Longe!
Ser filho do medo do teu ventre

Pois soube o meu lugar. Assim,
De repente. Só de ver não ser, ah!
O teu orgasmo o meu na tua boca
Abrasar no abraço de tantas pernas
Queria mesmo era dali avistar, ah!
Que beleza é o amor de dois ódios
Olhos prontos pra se devorarem

E me perdia nos teus. De novo, paz
Bela e frágil farsa que teme, mais!
Chegar ao pódio da nossa corrida
Você à frente vestida de conquista
Fingindo ser triste puta, mas fiel
E eu já tinha me cansado, mesmo
Antes do começo de ti te esqueço

Ah, liberdade! Para a solidão, é!
Liberdade para o nenhum lugar
Liberdade para só a solidão, até!
Aparecerem olhos verdes, azuis
Mais a carne vermelha, a pele, fé!
No amor que o amor é bom, sim
Não! Amor é burro, burro! E fim

Novo começo! Outro lugar, novo
Outro par de olhos, par de seios
Outro par, de mulheres, anseios
Outros e novos, mas mesmos.
A solução é não começar! Não!
A solução é não terminar. Não?
A solução... Para qual problema?

Ama o outro, ama a alma, ama!
Ama o corpo, a cama, ama, ama!
Mas ama... Quanto puder, quiser
Ama o homem, a mulher! Em ti
Ama! O amor que se ama por si
Por ser amor, por ser por todos
Por ser por quem te deixa doido


Eduardo Maskell
04/02/2011


*Quero agradecer ao meu amigo Eduardo Maskell pela belíssima poesia que fez e que diz tanto sobre mim e por mim. Valeu, cara! Você é o único poeta vivo que consegue falar por mim além de mim.*

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